Uma análise de 171 conchas, encontradas na Grotta dei Moscerini, em Itália, sugerem que os Neandertais costumavam mergulhar em busca de ferramentas no fundo do oceano.
Segundo o Science Alert, a Grotta dei Moscerini, em Itália, que agora já não está acessível aos investigadores, foi escavada pela primeira vez em 1949 e os objetos lá descobertos têm mais de 70 mil anos.
As 171 conchas analisadas pelos cientistas deram a entender que quase um quarto delas foi recolhida do fundo do mar quando ainda se tratavam de animais vivos. Todas pertencem à espécie de molusco mediterrâneo Callista chione.
Muitas destas conchas finas e afiadas mostraram evidências de terem sido moldadas para se transformarem em ferramentas, embora ainda não esteja claro se os Neandertais comeram a carne que havia no seu interior.
De acordo com o mesmo site, estes resultados juntam-se a outras evidências anteriores que mostram que esta espécie humana já extinta não procurava só conchas. Em vez disso, outros locais semelhantes e estudos anatómicos sugerem que o mergulho, provavelmente de dois a quatro metros de profundidade, era uma atividade comum.
“Reforça uma série de argumentos e fontes de dados para defender um nível de adaptabilidade, flexibilidade e capacidade entre os Neandertais que têm sido negados por algumas pessoas desta área”, disse à AFP, no ano passado, o paleoantropólogo Erik Trinkaus, da Universidade de Washington, em Saint Louis, nos Estados Unidos.
Embora as conchas do fundo do mar consumissem mais tempo e energia, os autores do novo estudo, publicado na revista científica PLOS ONE, apontam que estas geralmente são muito mais espessas do que aquelas que dão à costa, sendo muito melhores para usar como ferramentas.
Além disso, pela primeira vez, esta investigação também encontrou pedras-pomes nos restos da caverna, que provavelmente foram usadas como ferramentas de abrasão e que chegaram ao Golfo de Nápoles a partir de vulcões em erupção nas proximidades.