Negociações para uma troca de prisioneiros estavam perto do fim. Com Roman Abramovich no meio da história.
Alexey Navalny iria ser libertado numa troca de prisioneiros. Mas, como Vladimir Putin não suportava essa ideia, mandou assassinar o seu opositor.
A conclusão foi revelada nesta segunda-feira pela Fundação Anti-Corrupção, do próprio Navalny.
A presidente da entidade, Maria Pevchikh, publicou um vídeo no qual é directa: Putin mandou matar o activista porque a equipa de Navalny já tinha tomado uma decisão em relação a essa troca.
A ideia era trocar Alexey Navalny e dois cidadãos dos EUA por Vadim Krasikov, que era do Serviço Federal de Segurança da Rússia e que matou um comandante militar da Chechénia, na Alemanha, em 2019.
O plano já tinha sido aprovado há quase um ano mas, segundo a Fundação, seguiram-se meses de hesitações e falhas de comunicação. No final de 2023 o plano voltou a ser implementado.
Maria Pevchikh revelou também que foi Roman Abramovich a entregar a última proposta de troca ao presidente da Rússia, recentemente.
As negociações estavam perto do final, o acordo estava quase a ser fechado, na noite de 15 de Fevereiro – no dia 16 Navalny morreu.
Depois de “anos a elaborar este plano”, com pessoas a arriscarem a sua vida nestas negociações, o desfecho foi este.
Porque, segundo a presidente da Fundação, “Putin pensou: ‘Não consigo tolerar que Navalny seja libertado‘”, cita o portal Meduza.
Recorde-se que a certidão de óbito oficial indica que o principal opositor de Vladimir Putin morreu na cadeia devido a causas naturais.
Acho espantoso que se tome por fiável esta alegação, quando se diz, e cito: “A conclusão foi revelada nesta segunda-feira pela Fundação Anti-Corrupção, do próprio Navalny.” Nunca, mas nunca antes tinha deparado com a aceitação como fidedignas, alegações em causa própria. Enquanto sociedade significa estarmos num ponto de procedermos a juízos sem contraditório e tomamos por certas as acusações dos próprios interessados. Onde pararemos?
Só podia.
É simples. Putin ía trocar Navalny por um russo preso no Ocidente, e por isso Putin mandou matar Navalny para evitar essa troca que ele estava a preparar… Lógico, não é?…
Independentemente do que se pense politicamente sobre esta questão, convém manter o minimo de sanidade e sentido critico. As palavras do Nuno Cardoso deixam-me com alguma esperança, pq significam que as pessoas ainda mantêm uma capacidade de avaliação critica. Já o facto desta noticia existir deixa-me perplexo, na medida em que a alegação não parece resistir ao mínimo escrutínio lógico, pois como NCS bem evidenciou, qual a lógica de de alguém mandar matar outrem pela razão de ele mesmo, ou pelo menos com a sua aprovação, ter decidido libertar essa pessoa numa troca de prisioneiros? supondo que, eventualmente, o governo russo se teria arrependido da ideia de o trocar por outro prisioneiro, seria muito mais fácil encontrar um pretexto para não o fazer do que mandar matá-lo e ficar sobre fogo dos países ocidentais e das organizações de direitos humanos… pode até existir responsabilidade do governo Russo na sua morte – e em principio existe, de uma forma ou outra, visto que ele estava à sua guarda e proteger a sua sáude, não permitindo que se degradasse, independentemente dos crimes porque foi condenado, era obrigação do sistema prisional russo, – mas obviamente não foi por esta razão.
Recordo que a imprensa tem por obrigação mediar as noticias, ajudando as pessoas a compreender os acontecimentos, não a publicar qualquer coisa, mesmo que totalmente ilógica que alguém com quem nutrem simpatia diz.