A nave espacial da NASA New Horizons vai partir em breve para a misteriosa “terceira zona”, também conhecida como Cintura de Kuiper, uma região gelada de asteróides que contém objectos localizados muito longe das órbitas dos planetas longínquos – e que se suspeita ter resultado da explosão de um antigo planeta.
A sonda não tripulada New Horizons é a mais rápida nave espacial construída até agora, tendo a sua missão ficado famosa pelas belas imagens de Plutão que transmitiu para a Terra em julho de 2015.
Quando em 2006 a New Horizons partiu da Terra, Plutão ainda era um planeta, o nono do Sistema Solar, estatuto que perdeu poucos meses mais tarde, passando desde então a ser considerado um planeta anão com a designação oficial de “asteróide número 134340”, ou “planeta-anão 134340 Plutão”.
De acordo com o The Telegraph, após cinco meses em estado de hibernação para poupar energia, a New Horizons está de volta ao trabalho. A 11 de setembro, a nave voltará a funcionar, para realizar uma viagem de 16 meses a MU69, um objecto no Cinturão de Kuiper, que teria estado presente durante o nascimento do Sistema Solar.
“É muito provável que estejamos a caminho de um binário primordial no Cinturão de Kuiper, um vestígio com quatro mil milhões de anos da formação do Sistema Solar e um componente exótico de planetas pequenos do Cinturão de Kuiper, como Plutão, explicou Alan Stern, investigador principal da NASA na missão New Horizons.
Ainda de acordo com o jornal britânico, depois desta viagem ao Cinturão de Kuiper é provável que a nave deixe o Sistema Solar, uma marca até agora só ultrapassada pela Voyager.
“Novas explorações nos esperam. A viagem promete ser próspera”, diz Stern. A missão está já a mais de 6 mil milhões de quilómetros da Terra, e poderá vir a fazer a mais longa viagem da história da aventura espacial.
A New Horizons leva a bordo cinzas de Clyde Tombaugh, o cientista que descobriu Plutão. Falecido em janeiro de 1997, o seu último pedido foi que pelo menos uma parte das suas cinzas fosse enviada para o espaço.
ZAP // Sputnik News / The Telegraph
A designação de Plutão não é “asteróide número 134340”, mas sim “planeta-anão 134340 Plutão”. A New Horizons não teve qualquer relevância na alteração da classificação de Plutão, pois esta ocorreu em 2006 e a sonda só lá chegou em 2015. Antes pelo contrário, os dados da New Horizons colocaram em causa essa despromoção de Plutão para planeta-anão. Além disso a New Horizons não é certamente a “viagem espacial mais distante até hoje”. A Voyager 1 está 3x mais longe da Terra do que a New Horizons, como aliás é deixado a entender de forma contraditória no fim da notícia.
Caro Nuno Alves
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