“Bem-vinda a casa”. NASA traz amostras de asteroide para a Terra pela primeira vez

OSIRIS-REx Mission/ NASA, The University of Arizona

Nave espacial OSIRIS-REx da NASA em visita ao asteróide Bennu

A NASA conseguiu este domingo, pela primeira vez na sua história, trazer para a Terra uma amostra de um asteroide, que poderá proporcionar informações únicas sobre a origem da vida e a formação do sistema solar.

A cápsula da NASA que contém as amostras do asteroide Bennu aterrou às 08:52 locais (15:52 em Lisboa), no deserto de Utah, nos Estados Unidos, pondo fim a uma viagem de sete anos.

Foi a primeira vez que a agência espacial dos Estados Unidos conseguiu recolher amostras de um asteroide. A Agência de Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides em 2020, mas em quantidade mínima.

A missão da NASA, batizada como “Osiris-Rex”, espera ter recolhido 250 gramas do asteroide Bennu, embora só se saiba com maior certeza quando a cápsula for aberta dentro de dois dias.

Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar, há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio sistema solar.

O asteróide Bennu é o mais perigoso do Sistema Solar. Já não devemos cá estar para o presenciar, mas sempre podemos marcar no calendário: o dia 24 de setembro de 2182 será o dia em que o asteróide Bennu terá maior probabilidade de colidir com a Terra nos próximos 300 anos.

A probabilidade de colisão é de apenas 0.057% – ou de uma em 11 750. A 24 de Setembro de 2182, o Bennu vai ter uma probabilidade de 0.037% de chocar com a Terra, ou seja, uma em cada 2700. Cálculos anteriores apontavam para uma probabilidade de um em 2700 até ao ano 2200.

A NASA transmitiu em direto a aterragem e o momento mais emocionante ocorreu quando foi acionado um paraquedas que permitiu reduzir a velocidade da cápsula e evitar o seu despenhamento no deserto.

“Bem-vinda a casa”, afirmou Noelia González, da equipa de comunicação da NASA, no momento da chegada.

A viagem começou em 2016, quando a sonda “Osiris-Rex” partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Flórida. Chegou a Bennu em 2018 e depois de voar ao redor do asteroide durante dois anos em busca do melhor local para a recolha de amostras, a nave aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.

Quando a NASA enviou uma nave para recolher amostras da superfície do asteroide Bennu, em 2020, causou uma explosão e abriu uma cratera de 8 metros de largura ao aterrar.

Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”.

“Esperávamos que a superfície fosse bastante rígida”, contou Dante Lauretta, investigador principal do OSIRIS-REx, ao Space.com.

“Vimos uma parede gigante de detritos a voar para longe do local da amostra. Para os operadores de naves espaciais, foi realmente assustador“, acrescentou Lauretta.

A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de bolas em que as crianças brincam — coloca-se qualquer tensão nas rochas e pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas para as outras.

ZAP // Lusa

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