A NASA deu rochas lunares de comer a baratas e injetou poeira dessas mesmas rochas em ratos. O objetivo era tentar perceber até que ponto é que seriam seguras para manter na Terra.
Quando a equipa da Apollo 11 trouxe para casa um grande armazenamento de rochas lunares em 1969, os cientistas da NASA imediatamente deram início a uma série de testes cuidadosamente planeados para garantir que até mesmo pequenas quantidades de poeira lunar não seriam uma ameaça para a biosfera da Terra.
“Não só tivemos de provar que não iríamos contaminar os seres humanos, como também não iríamos contaminar os peixes, pássaros, animais e plantas”, disse Charles Berry, responsável pelas operações médicas das missões Apollo, citado pelo Boing Boing.
Para perceber até que ponto eram seguras para ser mantidas na Terra, os cientistas deram-nas de comer a baratas e injetaram poeira lunar em ratos. Até os próprios astronautas foram mantidos três semanas em quarentena após teres chegado da Lua, razão pela qual todos os cuidados eram poucos.
A tripulação da Apollo 11 estava ansiosa por saber como respondiam os ratos às injeções de poeira das rochas lunares. “Eles queriam sempre saber como é que os roedores estavam”, contou Judith Hayer, chefe da Divisão de Investigação e Ciências Ambientais da NASA, em declarações à Space. O seu interesse era muito, já que se algo corresse mal com os animais, provavelmente também seriam más notícias para eles mesmos.
Além de ratos, também baratas, pássaros, peixes, moscas, camarões e ostras foram usados nestas experiências. Todos os animais sobreviveram em perfeitas condições de saúde — com uma única exceção. Muitas das ostras morreram, mas os cientistas explicaram as causalidades pelo facto de os testes terem sido feitos durante a sua época de acasalamento.
“Os resultados destes teste não forneceram nenhuma informação que indicasse que as amostras lunares devolvidas pela missão Apollo 11 continham agentes perigosos para a vida na Terra”, concluíram os cientistas num artigo publicado na revista Science no ano de 1970.
Também foram realizados testes em plantas, de maneira a procurar perceber se afetaria o seu desenvolvimento. Para sua surpresa, algumas das plantas cresceram melhor na presença de rochas lunares, em comparação com a areia usada pelos cientistas.
Adicionalmente, em experiências feitas em placas de Petri, “não encontraram nenhum crescimento microbiano nas amostras lunares”, realçou Hayes. Para alívio da tripulação, também não foi encontrado nenhum sinal de uma doença infeciosa nas análises feitas.