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NASA afinal não encontrou água líquida em Marte

NASA / JPL-Caltech / Univ. of Arizona

As marcas escuras e estreitas, de cerca de 100 m de comprimento por 5 m largura, foram registadas pela sonda MRO em Marte. Os cientistas da NASA acreditam que os leitos provam que existe água líquida e corrente no planeta

As marcas escuras e estreitas, de cerca de 100 m de comprimento por 5 m largura, foram registadas pela sonda MRO em Marte.

A ideia de que as marcas escuras sazonais em Marte indicam a presença de água em estado líquido acaba de ser descartada pela NASA, que revela que afinal o planeta vermelho tem tanta humidade como os desertos mais secos da Terra.

No ano passado, a NASA divulgou a existência de sais em Marte, que só se teriam formado com a presença de água corrente nos pequenos canais ao longo das encostas de montes e crateras na região equatorial do planeta.

As últimas descobertas de uma sonda da NASA em órbita de Marte desvendam que, na verdade, as marcas escuras e estreitas visíveis no planeta não são causadas por água em estado líquido.

Essas marcas escuras – chamadas de RSL (recurring slope lineae) – têm sido observadas em várias zonas do planeta, mas o processo que faz com que apareçam ainda é um enigma.

De acordo com os investigadores, as RSL podem ser causadas por “algum tipo de atividade relacionada com a água”, mas não estão associadas a grandes quantidades de água líquida porque os locais onde aparecem têm a mesma temperatura que as restantes zonas de Marte.

Os resultados foram publicados na semana passada na Geophysical Research Letters.

NASA

Os pontos azuis indicam locais de RSL na região marciana de Valles Marineris. A área mostrada no mapa é uma das que tem maior densidade de RSL no planeta vermelho

Os pontos azuis indicam locais de RSL na região marciana de Valles Marineris. A área mostrada no mapa é uma das que tem maior densidade de RSL no planeta vermelho

Na missão Mars Odyssey, da NASA, os investigadores analisaram a temperatura do solo, medida por infravermelhos através do Sistema Térmico de Emissão de Imagens (THEMIS).

“Usamos uma técnica muito sensível para quantificar a quantidade de água presente, e os resultados revelam a inexistência de humidade e definem um limite de apenas 3% de água”, afirmou Christopher Edwards, da Universidade do Norte do Arizona, num comunicado da NASA.

“As nossas descobertas são consistentes com a presença de sais, que podem ser hidratados com o vapor de água da atmosfera, sem haver uma fonte subterrânea de água”, sublinhou.

No entanto, não há ainda uma conclusão definitiva, visto que a NASA ainda luta para compreender a geografia do nosso planeta vizinho e que segredos se escondem debaixo de tanta poeira.

BZR, ZAP

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