A ideia de que as marcas escuras sazonais em Marte indicam a presença de água em estado líquido acaba de ser descartada pela NASA, que revela que afinal o planeta vermelho tem tanta humidade como os desertos mais secos da Terra.
No ano passado, a NASA divulgou a existência de sais em Marte, que só se teriam formado com a presença de água corrente nos pequenos canais ao longo das encostas de montes e crateras na região equatorial do planeta.
As últimas descobertas de uma sonda da NASA em órbita de Marte desvendam que, na verdade, as marcas escuras e estreitas visíveis no planeta não são causadas por água em estado líquido.
Essas marcas escuras – chamadas de RSL (recurring slope lineae) – têm sido observadas em várias zonas do planeta, mas o processo que faz com que apareçam ainda é um enigma.
De acordo com os investigadores, as RSL podem ser causadas por “algum tipo de atividade relacionada com a água”, mas não estão associadas a grandes quantidades de água líquida porque os locais onde aparecem têm a mesma temperatura que as restantes zonas de Marte.
Os resultados foram publicados na semana passada na Geophysical Research Letters.
Na missão Mars Odyssey, da NASA, os investigadores analisaram a temperatura do solo, medida por infravermelhos através do Sistema Térmico de Emissão de Imagens (THEMIS).
“Usamos uma técnica muito sensível para quantificar a quantidade de água presente, e os resultados revelam a inexistência de humidade e definem um limite de apenas 3% de água”, afirmou Christopher Edwards, da Universidade do Norte do Arizona, num comunicado da NASA.
“As nossas descobertas são consistentes com a presença de sais, que podem ser hidratados com o vapor de água da atmosfera, sem haver uma fonte subterrânea de água”, sublinhou.
No entanto, não há ainda uma conclusão definitiva, visto que a NASA ainda luta para compreender a geografia do nosso planeta vizinho e que segredos se escondem debaixo de tanta poeira.
BZR, ZAP