Não vai voltar a precisar de pôr película no telemóvel. Cientistas criaram vidro super-resistente

Foi descoberto um novo processo que torna os vidros significativamente mais resistentes. São notícias animadoras para os mais descuidados, que não vão precisar de rezar quando o telemóvel lhes cair ao chão.

Um novo tipo de vidro, com uma “resistência sem precedentes”, foi desenvolvido por cientistas alemães e chineses.

Esta nova descoberta abre novas potencialidades no uso de vidro em tecnologias modernas, nomeadamente nos telemóveis.

A equipa de investigação usou técnicas de alta pressão e temperatura para para cristalizar vidro de aluminossilicato.

A investigação foi feita por cientistas do Instituto de Pesquisa de Geoquímica e Geofísica Experimental da Baviera (BGI) da Universidade de Bayreuth, e publicada na revista Nature Materials, no início deste mês.

Foram criadas estruturas únicas – semelhantes a cristais – dentro do vidro, aumentando significativamente a sua resistência.

Tradicionalmente, o vidro tem sido um material de eleição em muitas aplicações tecnológicas devido às suas propriedades benéficas. No entanto, a sua fragilidade inerente tem sido sempre uma limitação, tornando-o suscetível a fissuras e fraturas, por exemplo.

Este novo método contorna esses problemas, utilizando pressões entre 10 e 15 gigapascals e temperaturas de cerca de 1.000 graus Celsius, para reorganizar os átomos de silício, alumínio, boro e oxigénio em estruturas que os investigadores chamam de “paracristalinas” – que cruzam a regularidade das estruturas cristalinas e a aleatoriedade dos materiais amorfos (que, em termos atómicos, não têm uma ordenação espacial).

A extraordinária durabilidade do vidro resultante é atribuída a essas estruturas paracristalinas. Até quando voltaram às condições ambientes normais, as estruturas permaneceram intactas, permitindo que o vidro resistisse a tensões muito superiores ao vidro padrão.

Além disso, o processo não comprometeu significativamente a transparência do vidro.

Segundo os cientistas, as forças que normalmente partiriam ou rachariam o vidro foram ali absorvidas pelas estruturas paracristalinas, que são transformadas de volta num estado amorfo, dando assim ao vidro uma maior plasticidade interna.

Hu Tang, o autor principal do estudo, salientou que a descoberta abre caminho para materiais de vidro altamente resistentes a danos no futuro: “A descoberta destaca uma estratégia eficaz para o desenvolvimento de materiais de vidro altamente tolerantes a danos”.

Tomoo Katsura, do Instituto de Pesquisa de Geoquímica e Geofísica Experimental da Baviera e também um dos autores do estudo, acrescentou que esta descoberta tem um enorme potencial para otimizar ainda mais os materiais de vidro.

“As mudanças estruturais em nível atómico podem ter um impacto significativo nas propriedades dos vidros óxidos. Neste nível, existe um grande potencial para otimizar o vidro como um material que está longe de estar esgotado“, considerou o cientista.

ZAP //

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