Não são só os humanos. Até os cães-guia podem vir a ser substituídos por robôs

A tecnologia de Inteligência Artificial (IA) não ameaça apenas automatizar o trabalho dos humanos. Os cães-guia, que ajudam pessoas com deficiência visual a navegar com segurança pelo mundo, podem ser os seus próximos alvos.

Uma equipa de cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveu um robô de quatro patas que, segundo eles, consegue conduzir as pessoas de forma autónoma em torno de obstáculos.

Para já, estes cães-robô conseguem ficar de olho no seu dono enquanto usam lasers para o guiar em torno de obstáculos.

Em declarações ao NewScientist, o líder do projeto Zhongyu Li disse que o principal argumento de venda passa pelo facto de que estes robôs não precisam de se submeter ao caro treino necessário para preparar cães-guia verdadeiros para os seus novos empregos.

Em vez disso, o software de orientação pode ser distribuído e atualizado automaticamente ao longo do tempo.

“Usando um cão-guia robótico, podemos implantar o nosso código diretamente de um robô para outro”, disse Li. “Conforme o tempo passa e o hardware se torna mais acessível, podemos realmente usar este tipo de cão para ajudar e para servir os humanos.”

Estes cães-robô podem ajudar pessoas com deficiência visual de uma forma que os cães vivos nunca poderiam, como usar o GPS para navegar ativamente de um lugar para outro. “Um cão verdadeiro não sabe”, notou Li.

Por outro lado, é improvável que os donos de cães-guia construam com um robô o mesmo relacionamento que fazem com os seus companheiros de carne e osso.

“Eles valorizam o seu cão como um parceiro, companheiro e membro da família, bem como um cão-guia”, disse Tim Stafford, da organização de caridade do Reino Unido Guide Dogs, ao mesmo portal. “É esse vínculo profundo que torna o relacionamento único e muito mais do que apenas uma forma de se locomover em segurança.”