Investigadores da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, desenvolveram uma tecnologia inovadora que poderá acabar com a necessidade de carregar pequenos dispositivos eletrónicos.
Conhecida como “Power-over-Skin”, esta inovação utiliza o corpo humano como meio de transmissão de eletricidade, permitindo que dispositivos como auriculares e anéis inteligentes funcionem sem baterias tradicionais.
Esta é uma ideia que, de certa forma, já foi equacionada anteriormente. No ano passado, o primeiro inventor de telemóveis, conhecido como o “pai dos telemóveis”, Marty Cooper, disse que “o corpo é o carregador perfeito” para smartphones. No entanto, há também quem argumente que esta ideia “é uma história bonita que não passa disso mesmo”.
O sistema baseia-se em sinais de radiofrequência (RF) para transferir energia sem fios através da pele. É composto por um transmissor, que aplica energia RF à pele do utilizador, e um recetor, que converte essa energia em energia utilizável para dispositivos eletrónicos.
O transmissor pode ser integrado em objetos comuns como smartphones ou smartwatches, enquanto o recetor alimenta aparelhos de baixo consumo de energia colocados noutras partes do corpo, explica o El Confidencial.
De acordo com Chris Harrison, coautor do estudo recentemente disponibilizado online, o principal avanço baseia-se na otimização das propriedades naturais do corpo para facilitar a transferência eficiente de energia. Ao utilizar frequências de cerca de 40 MHz, os investigadores conseguiram uma condução eficaz da energia através do corpo, minimizando a perda de sinal.
A tecnologia também funciona através do vestuário, graças ao acoplamento capacitivo, um fenómeno que permite a transferência de energia através de um campo elétrico sem contacto direto com a pele. Isto significa que uma pessoa pode colocar o seu telemóvel no bolso e este continuará a fornecer energia a dispositivos como fones ou smartwatches sem necessidade de os carregar.
Embora as aplicações imediatas do Power-over-Skin sejam para dispositivos de baixa potência, o seu potencial vai para além da eletrónica de consumo. No futuro, poderá alimentar implantes médicos, permitindo a monitorização da saúde a longo prazo sem necessidade de manutenção ou substituição de baterias.
Apesar de promissora, a tecnologia ainda está na fase de protótipo e ainda não está pronta para uso comercial.