Para uma equipa da Universidade Rice, nos Estados Unidos, os nanotubos exóticos de nitreto de boro são tudo menos chatos: os cientistas acabaram de descobrir como se movem em líquidos.
O método dos cientistas para estudar a dinâmica em tempo real dos nanotubos de nitreto de boro (BNNTs) permitiu confirmar, pela primeira vez, que o movimento browniano dos BNNTs em líquidos corresponde às previsões, isto é, permanecem rígidos.
Além de serem rígidos numa solução, os nanotubos de nitreto de boro são quase transparentes à luz visível, resistem à oxidação, são semicondutores estáveis e excelentes condutores de calor – características que fazem com que os BNNTs possam ser muito úteis como blocos de construção de materiais ou em estudos biomédicos.
A equipa isolou BNNTs e combinou-os com um surfactante de rodamina fluorescente, que permitiu aos cientistas observarem o movimento browniano dos nanotubos exóticos, ou seja, a forma aleatória como as partículas se movem num fluído, como se fossem poeira no ar.
A rodamina permitiu aos cientistas “iluminar” os nanotubos, que se tornaram fluorescentes na solução e visíveis.
Os BNNTs são um milhão de vezes mais finos do que os cabelos, pelo que entender como é que estas nanoestruturas se movem e se difundem numa solução é um grande passo para a fabricação de materiais com propriedades específicas. Os resultados foram publicados no Journal of Physical Chemistry B.
Os nanotubos de nitreto de boro são “primos negligenciados” dos nanotubos de carbono. Segundo os cientistas citados pelo Phys, estas nanoestruturas foram descobertas poucos anos depois, mas demoraram muito tempo para terem a atenção dos investigadores, isto porque os nanotubos de carbono fiaram com a grande maioria dos holofotes.
Agora que os cientistas conseguiram compreender o seu comportamento nos fluídos, os BNNTs poderiam ser usados para fabricar fibras e revestimentos termicamente condutores, mas eletricamente isolantes. Este tipo de material é muito incomum, uma vez que os isoladores elétricos têm baixa condutividade térmica.