Namorada de Serrão investigada pelo MP (e já há mais 25 milhões de euros sob suspeita)

// RTP / Flickr, Sugo Cork Rugs

A namorada de Serrão é suspeita de agir como testa de ferro nos esquemas de desvio de fundos europeus.

A Operação Maestro, que inicialmente abrangia 14 projetos do empresário Manuel Serrão que terão obtido fundos europeus graças a faturação fictícia, expandiu-se agora para incluir pelo menos mais cinco candidaturas a financiamento comunitário não mencionadas anteriormente no inquérito.

O total do financiamento destas candidaturas ultrapassa os 25 milhões de euros e os projetos estão relacionados com o Programa Regional de Lisboa e o Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização (POCI).

A empresa de Serrão, Selectiva Moda, está associada a 22 operações no âmbito do PT 2020, financiadas maioritariamente pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e pelo Fundo Social Europeu (FSE). Destas, 13 estão concluídas, quatro em execução, três aguardam avaliação e uma está incompleta, com um projeto adicional rejeitado pelo Compete 2030, aponta o Expresso.

A Operação Maestro identificou Serrão como o principal mentor de um esquema de fraude, através do qual teria recebido indevidamente 38,9 milhões de euros em fundos europeus desde 2015, utilizando estruturas empresariais complexas e documentação falsa. Além disso, o empresário é suspeito de ocultar a proveniência dos fundos, usando contas bancárias de familiares, incluindo a mãe e o cunhado.

Os fundos terão sido utilizados, entre outras coisas, para custear a residência permanente de Serrão no Sheraton Porto Hotel de 2015 a 2023, com algumas despesas mascaradas como projetos da Selectiva Moda. Atualmente, Serrão reside num apartamento da Ordem dos Médicos no Porto.

De acordo com o Correio da Manhã, a namorada de Serrão também está a ser investigada e já foi alvo de buscas. A mulher, que vive em Vila Nova de Famalicão, terá ficado várias vezes com Serrão no hotel Sheraton, segundo as escutas.

Dois decisores políticos estão também sob suspeita de facilitarem o acesso de Serrão aos fundos. Estão em causa suspeitas de crimes de fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal qualificada, abuso de poder e branqueamento de capitais.

Outros indivíduos envolvidos incluem o jornalista Júlio Magalhães, considerado cúmplice, Nuno Mangas, presidente do Compete 2030, e funcionários da AICEP, suspeitos de favorecerem a Selectiva Moda em troca de benefícios financeiros.

O MP deverá convocar Serrão e outros suspeitos para depoimentos em breve.

ZAP //

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