/

Nação Cherokee pede à Jeep que deixe de usar o nome da tribo nos seus carros

Jeep

“É hora de a Jeep reconsiderar chamar os seus SUVs Cherokee e Grand Cherokee”. Pela primeira vez, a tribo norte-americana Nação Cherokee pediu diretamente à Jeep para parar de usar o seu nome nos seus veículos.

A fabricante automóvel Jeep usa o nome “Cherokee” nos seus veículos há 45 anos. Agora, de acordo com o Car And Driver, a tribo norte-americana Nação Cherokee pediu diretamente à Jeep para não usar o seu nome nos seus veículos.

Embora a tribo já tivessse comentado este assunto no passado, o debate foi reiniciado pelo portal, que falou com o chefe da nação Cherokee Chuck Hoskin, Jr.

“Tenho certeza de que vem de um lugar bem intencionado, mas não nos honra por ter o nosso nome colado na lateral de um carro. A melhor forma de nos homenagear é aprender sobre o nosso Governo soberano, o nosso papel neste país, a nossa história, cultura e idioma, e temos um diálogo significativo com tribos reconhecidas federalmente sobre a adequação cultural”, disse o líder da tribo.

“Acho que estamos numa época neste país em que é hora de as empresas e os desportos coletivos abandonarem o uso de nomes, imagens e mascotes dos índios norte-americanos dos seus produtos, camisolas de equipa e desportos em geral”, continuou.

O primeiro modelo Cherokee da Jeep chegou no ano 1974, e embora se tenha “reformado” em favor do Jeep Liberty entre 2002 e 2014, a Jeep continuou a vender um modelo Grand Cherokee ao longo desse tempo.

Aliás, o modelo Grand Cherokee é o campeão de vendas da Jeep, com quase 210 mil vendas nos Estados Unidos em 2020.

Em 2017, o portal ArsTechnica noticiou que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos tinha decidido que as marcas comerciais ofensivas estavam autorizadas de acordo com a lei norte-americana.

No entanto, em 2020, houve uma renovação de consciência sobre a justiça racial nos Estados Unidos. A equipa da NFL da área de Washington DC deixou de usar o seu nome em julho e, em dezembro, a equipa da MLB de Cleveland descartou o seu nome e mascote racista.

Por sua vez, Jeep disse, em declarações ao Car And Driver, que “os nomes dos nossos veículos foram cuidadosamente escolhidos e nutridos ao longo dos anos para homenagear e celebrar o povo nativo americano pela sua nobreza, bravura e orgulho. Nós estamos, mais do que nunca, comprometidos com um diálogo respeitoso e aberto com o principal chefe da nação Cherokee, Chuck Hoskin, Jr”.

Maria Campos, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.