Lançar papagaios-do-mar, de penhascos em direção ao mar, é uma prática que, apesar pouco convencional, é cada vez mais importante para a sobrevivência da espécie.
Há uma tradição islandesa que envolve o arremesso de papagaios-do-mar bebés de falésias, a fim de ajudá-los a encontrar o seu caminho para o oceano.
As luzes brilhantes das localidades da costa têm desorientado as aves, que tradicionalmente dependiam da lua para navegar em direção ao mar.
Por esse motivo, a ação de (re)orientação tornou-se fundamental para a sobrevivência desta espécie do Atlântico.
Durante as principais horas de “caça,” entre as 21h e as 3h, os residentes capturam as aves e mantêm-nas em caixas de cartão durante a noite, antes de os libertarem.
Rodrigo Martínez Catalán, do Centro de Investigação da Natureza do Sul da Islândia, explicou, à NPR, que a intervenção humana tem um impacto positivo na população do papagaio-do-mar.
Há cada vez menos papagaios-do-mar
Esta prática está a ganhar muito significado, face ao alarmante decréscimo na população de papagaios-do-mar, que diminuiu 70% nos últimos 30 anos.
Em 2021, nasceram cerca de 700.000 papagaios-do-mar, nas Ilhas Westman, na Islândia – um número que já se aproximou mais da normalidade, depois de quase duas décadas de declínio.
Os papagaios-do-mar enfrentam múltiplas ameaças, incluindo o aumento da temperatura das águas do mar.
Além de desafios naturais como as variações de temperatura e condições climáticas extremas, estas aves também têm de lidar comas mudanças provocadas pelo homem, o que torna sesta missão de resgate (pouco convencional) cada vez mais importante.
Cerca de 60% dos papagaios-do-mar do Atlântico do mundo escolhem procriar nas ilhas islandesas de Westman.