Ouvir música durante as sessões de hemodiálise diminui a ansiedade dos pacientes, segundo comprova uma pesquisa realizada na Universidade de São Paulo.
O estudo, realizado por Lucimara Moreli, investigadora da Escola de Enfermagem da USP, avaliou o efeito da música como terapia complementar. O trabalho analisou a intervenção nos aspectos fisiológicos e emocionais dos pacientes em hemodiálise.
Variáveis como frequência respiratória, cardíaca, temperatura e pressão arterial não sofreram alterações, mas a ansiedade foi significativamente reduzida.
Com as informações recolhidas na Unidade de Diálise do Hospital da Faculdade de Medicina da USP, a investigadora realça que as pessoas com Insuficiência Renal Crônica (IRC) sofrem modificações na sua rotina diária, uma vez que têm que passar pelo processo de hemodiálise três vezes por semana.
Durante a pesquisa, realizada com 55 pacientes com IRC, os pacientes ouviram música durante 30 minutos, numa sessão de hemodiálise que dura cerca de quatro horas.
Cada paciente escolheu o seu ritmo musical preferido. Quase metade dos pacientes escolheram sertanejo, estilo musical típico do interior brasileiro, com origen nos anos 20.
O estudo analisou também o grau de aceitação da intervenção pelos pacientes.
“Observámos que os participantes gostaram da terapia complementar e a avaliaram como importante para a melhoria do tratamento”, afirma a investigadora.
“Com esta pesquisa, procuramos auxiliar os profissionais da saúde no tratamento dos pacientes com IRC, mostrando que a enfermagem pode e deve realizar intervenções com terapias complementares”, conclui Lucimara Moreli.
ZAP / USP