Mundo alienígena é tão extremo que tem nuvens de rocha vaporizada (literalmente)

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ESO / L. Calçada

O WASP-178b, um exoplaneta a cerca de 1360 anos-luz de distância da Terra, está tão perto da sua estrela que as suas nuvens são constituídas por rocha vaporizada.

WASP-178b orbita a jovem estrela WASP-178, numa órbita muito curta de apenas 3,3 dias. A essa proximidade, as temperaturas sobem desmesuradamente, daí que este exoplaneta seja considerado um Júpiter ultra-quente, o tipo mais extremo de exoplaneta que os cientistas conhecem.

Um novo estudo, citado pelo Science Alert, identificou, pela primeira vez, monóxido de silício (SiO) na atmosfera de um exoplaneta, um pormenor que dá aos investigadores uma importante e nova visão sobre estes mundos alienígenas.

“Ainda não temos uma boa compreensão do clima em diferentes ambientes planetários”, disse o astrofísico David Sing, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Os Júpiteres quentes são particularmente aliciantes para este estudo porque, além de serem gigantes gasosos, são também muito quentes por estarem em órbitas extremamente próximas às suas estrelas.

A equipa usou o Telescópio Espacial Hubble para obter o espectro do WASP-178b e encontrou um sinal diferente de tudo o que tinha observado antes: silício e magnésio.

SiO, em particular, nunca foi detetado, segundo o nosso conhecimento, em exoplanetas”, escreveram os autores, no artigo científico publicado este mês na Nature.

Um lado do exoplaneta está permanentemente virado para a estrela – em dia permanente – e o outro está virado para longe – em noite permanente. Isto produz uma diferença significativa na temperatura entre os dois hemisférios, com uma atmosfera rotativa que gira entre os dois.

O lado noturno pode ser suficientemente fresco para os vapores se condensarem em nuvens no fundo da atmosfera, antes de serem soprados de volta para o lado diurno, onde os minerais são novamente vaporizados.

Apesar de os cientistas não terem conseguido ver nenhum sinal dessa condensação na zona do crepúsculo do exoplaneta, os resultados sugerem que o monóxido de silício pode estar presente noutros exoplanetas para os quais as observações das zonas de crepúsculo são mais visíveis, nomeadamente WASP-76b.

ZAP //

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