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O nosso mundo formou-se num destes belíssimos discos formadores de planetas

Cientistas do Instituto Federal de Zurique, na Suíça, observaram discos formadores de planetas que estão presentes perto de estrelas jovens parecidas com o que o Sol era há 4,5 mil milhões de anos.

Surpreendentemente, os discos observados eram muito diferentes, sendo classificados em oito tipos. Esses dados vão ajudar a explicar melhor o processo de formação de planetas.

O instrumento SPHERE (Spectro-Polarimetric High-contrast Exoplanet Research) foi parcialmente desenvolvido pela ETH – o Instituto Federal de Zurique para ajudar nas observações dos discos protoplanetários à volta de estrelas TTauri – progenitores do nosso Sol – e também de estrelas chamadas Herbig Ae/Be. O segundo tipo de estrela recebeu maior enforque dos cientistas.

Os resultados foram publicados no início de abril na revista Astronomical Journal.

“Não apenas conseguimos detetar com clareza os oito tipos de discos, como, surpreendentemente, descobrimos que eram muito diferentes em questões de tamanho”, diz o investigador Henning Avenhaus. Enquanto alguns tinham 80 au – 80 vezes a distância entre o Sol e a Terra -, alguns tinham impressionantes 700 au.

Apesar de o projeto ter sido um sucesso, o seu começo foi um pouco conturbado. Henning Avenhaus conta que o planeamento começou em março de 2013, e a intenção era usar um instrumento mais antigo da National Aeronautical Charting Office dos EUA.

O equipamento teve que passar por ajustes não planeados, o que tornou impossível a recolha de dados. O mesmo aconteceu em setembro de 2013, e o instrumento ficou novamente indisponível. Uma terceira tentativa aconteceu em março de 2014, mas na noite anterior às observações outro defeito aconteceu. Além disso, as condições climáticas estavam fora do plano.

Neste momento a equipa decidiu trocar de instrumento e usar o SPHERE, realizando a observação em março de 2016. Desta vez, tudo correu pelo melhor. Tanto o instrumento como as condições climáticas eram as ideais.

“Eu estava no Cerro Paranal, o deserto do Atacama, no Chile, no Very Large Telescope, a passar as noites para realizar as observações e ocasionalmente passar pela plataforma do telescópio para ficar maravilhado com a impressionante vista das estrelas“, relembra o investigador.

Dados foram recolhidos através de várias noites em março de 2016 e também no ano seguinte. Mais de cinco anos depois do início do planeamento, os cientistas puderam comemorar os resultados publicados na revista.

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