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Mulheres voltam ao trabalho no Afeganistão (para já, sem grandes mudanças)

Sgt. Ken Scar (U.S. Armed Forces) / wikimedia

Algumas mulheres voltaram agora ao trabalho no Afeganistão, depois de os talibãs terem garantido que serão mais tolerantes do que foram durante a última vez que governaram.

Afegãs que trabalham no setor da saúde e educação afirmaram, em declarações à AFP, que até agora notaram poucas mudanças em comparação com o início de agosto, antes da chegada dos talibãs.

No entanto, há ainda mulheres a aguardar para saber se podem retomar as suas atividades profissionais, tendo em conta a lei islâmica (sharia).

Em Cabul, uma enfermeira do French Medical Institute for Mothers and Children (FMIC), regressou esta quarta-feira ao trabalho.

Algumas colegas não voltaram e outras estão a tentar deixar o Afeganistão”, explicou a mulher, que preferiu manter o anonimato para evitar represálias.

Durante o primeiro governo dos talibãs (1996-2001), a maioria das mulheres não tinha permissão para trabalhar, salvo raras exceções, principalmente no setor da saúde.

Na sexta-feira, o novo Emirado Islâmico, como o regime talibã se autodenomina, pediu às mulheres que deste setor que voltassem ao trabalho “normalmente”.

“Médicos homens não podem examinar mulheres”, contou uma parteira que trabalha em Kandahar à AFP.

Esta regra não escrita, que ainda não foi assegurada pelo novo governo, está em vigor nos últimos 20 anos em grande parte do Afeganistão, um país muito conservador, especialmente nas áreas rurais.

Já em Cabul e nas principais cidades do país, as mulheres podiam ser atendidas por médicos do sexo masculino, com exceção dos exames ginecológicos.

Os talibã, que estabeleceram a estrita segregação entre os sexos durante o seu governo anterior, estão agora a mostrar-se mais tolerantes, sendo que as mulheres têm “o direito inato” a trabalhar, explicou Sher Mohamad Abbas Stanikazi, líder dos talibã em Doha. “Elas podem trabalhar, estudar, participar da política e fazer negócios”, continuou.

Num primeiro momento, porém, os novos governantes afegãos pediram que as mulheres ficassem em casa.

ZAP //

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