Pela primeira vez, as mulheres sauditas podem juntar-se às forças armadas do reino, ultraconservador, depois de ter sido lançado um vasto programa de reformas económicas e sociais, anunciou esta quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Riade aumentou recentemente o número de decisões a favor das mulheres num país que aplica uma versão rigorosa do Islão, mas as organizações de defesa dos direitos humanos acusam a Arábia Saudita de reprimir simultaneamente mulheres ativistas.
“É um novo passo em direção à emancipação”, referiu, através de uma mensagem no Twitter o ministério, acrescentando que as mulheres só poderão tornar-se soldados de primeira classe, cabos ou sargentos. A Arábia Saudita já havia autorizado as mulheres a juntarem-se às forças de segurança no ano passado.
Sob a liderança do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, foram iniciadas várias reformas para conceder direitos às mulheres nos últimos anos, tais como a permissão para conduzir ou viajar para o exterior sem o consentimento prévio do “guardião” (pai, marido, filho ou outro parente masculino).
Durante o mesmo período, uma onda de repressão atingiu vários ativistas de direitos humanos, continuando alguns deles detidos, como é o caso do ativista Loujain al-Hathloul. Desde a queda nos preços de petróleo nos últimos cinco anos, a Arábia Saudita, o maior exportador, tem tentado melhorar a imagem no exterior para atrair investidores e turistas.
// Lusa