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O Ministério Público (MP) pediu, esta quinta-feira, a condenação da professora suspeita de ter contado a uma aluna o que ia sair no exame nacional de Português do 12.º ano. Mas pediu também que não lhe seja aplicada uma pena privativa de liberdade.
No primeiro julgamento, em dezembro do ano passado, a professora em causa foi absolvida. No entanto, depois de um recurso do Ministério Público, o Tribunal da Relação de Lisboa detetou contradições insanáveis na sentença que ditou a sua absolvição, razão pela qual está a ser outra vez julgada.
Segundo o jornal Público, esta quinta-feira, o Ministério Público voltou a pedir a sua condenação, mas pediu também que não lhe seja aplicada uma pena privativa de liberdade, ou seja, apenas uma pena suspensa ou uma multa.
Já a docente, que acabou despedida pelo Ministério da Educação no âmbito de um processo disciplinar, voltou a garantir que não revelou à aluna a quem dava explicações nenhuma informação confidencial.
De qualquer forma, a professora mostrou-se arrependida por ter assinado um compromisso de honra redigido pelo Instituto de Avaliação Educativa que a impedia de dar explicações particulares da disciplina.
A docente foi acusada pelo Ministério Público, em 2017, pelos crimes de violação de segredo por funcionário e de abuso de poder.
As suspeitas sobre a professora começaram depois de se ter tornado pública uma gravação áudio partilhada no WhatsApp por uma estudante: “Ó malta, falei com uma amiga minha, cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo e só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive. E pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória…”
Nesse ano, a verdade é que o autor escolhido para esse exame foi mesmo Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa, enquanto o tema da composição foi o da importância da memória.
