Paulo Lourenço, chefe de gabinete do ministro da Defesa, está a ser investigado num caso que envolve três milhões de euros não contabilizados em conta bancária do consulado de São Paulo.
O Ministério Público está a investigar Paulo Lourenço, chefe do gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho. Segundo avança o Correio da Manhã na edição deste domingo, estão em causa suspeitas de utilização indevida de dinheiros públicos pertencentes a representações diplomáticas de Portugal no estrangeiro.
No caso de Paulo Lourenço, está em causa um alegado esquema financeiro envolvendo uma conta bancária do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo com perto de três milhões de euros que não estariam oficialmente contabilizados. Paulo Lourenço foi cônsul-geral de Portugal em São Paulo entre abril de 2012 e agosto de 2018.
O chefe de gabinete do ministro é um dos três diplomatas que estão a ser investigados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa no âmbito deste inquérito.
De acordo com o diário, foi a Inspeção-Geral Diplomática e Consular que descobriu o montante na conta bancária não contabilizado nas contas do consulado, durante um processo de averiguação realizado na sequência de suspeitas de irregularidades na atribuição de Vistos Gold a brasileiros.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a realização de um inquérito, ainda sem arguidos e que se encontra em segredo de justiça.
Também ao Correio da Manhã, o Ministério dos Negócios Estrangeiros rejeitou que Paulo Lourenço gerisse “pessoalmente uma verba de três milhões de euros” naquele consulado, mas não negou a existência daquele montante. Paulo Lourenço remeteu esclarecimentos para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Além de Paulo Lourenço, estão também a ser investigados o ex-embaixador de Portugal em Berlim, Luís Almeida Sampaio, que é embaixador junto da NATO, e o ex-embaixador de Portugal em Banguecoque, Luís Barreira de Sousa – dado que a investigação visa também o alegado uso indevido de dinheiros públicos nas embaixadas em Berlim e Banguecoque.
Paulo Lourenço nega tudo
Numa nota de imprensa, o Ministério da Defesa esclarece que Paulo Lourenço “desconhecia e desconhece a existência de um inquérito do Ministério Público relacionado com o tempo em que exerceu funções de cônsul de Portugal em São Paulo”, e diz serem “falsas” todas as acusações.
“É falso que Paulo Lourenço geria pessoalmente uma verba de três milhões de euros, não contabilizada, no Consulado Geral de São Paulo. É falsa qualquer alegação de que existissem contas não escrituradas ou indevidamente manipuladas e desconhece-se o que se pretende dizer com irregularidades relativas a vistos gold que, de resto, não são competência dos Consulados ou embaixadas”, lê-se na nota.
A nota acrescenta ainda que Paulo Lourenço “repudia qualquer sugestão direta ou indireta sobre a alegada utilização ilícita de verbas do Estado, como a notícia sugere”.
Apesar de continuar a remeter mais esclarecimentos para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Paulo Lourenço deixa claro que “considera inaceitáveis as suspeições criadas pelo referido artigo que, com alusões genéricas e não substanciadas, extraídas de um processo que se desconhece, põem em causa o seu bom nome e honorabilidade”.
MNE não abriu qualquer processo disciplinar
O Ministério dos Negócios Estrangeiros não abriu qualquer inquérito ao atual chefe de gabinete do ministro da Defesa, garante o ministro Augusto Santos Silva.
“No que diz respeito ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, não desencadeou nenhum processo disciplinar em relação a essa personalidade; essa personalidade não geriu pessoalmente seja que conta fosse do consulado que dirigiu” nem foi “chamado antes do tempo”, afirmou aos jornalistas, em Bruxelas.
Segundo a Renascença, Augusto Santos Silva elogiou ainda o desempenho de Paulo Lourenço. “Desempenhou as suas funções com brilho conhecido e público; quando regressou a Lisboa estava em processo de colocação e não tratava de vistos Gold, porque os cônsules não tratam de vistos Gold, nem o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras pediu fosse o que fosse”.
“Portanto, o rol de incorreções é bastante grande, como é aliás costume nestes casos, infelizmente”, aponta o ministro.
Mais uma cabala à portuguesa…!
Sao todos muito sérios e leais para com o ze povinho, iam lá fazer uma coisa dessas?
E eu a pensar que já não havia nada em Portugal que o MP ainda pudesse investigar…! Que quadrilha de ladrões!!!
Quê? Mais um orientado…?!
Não posso crer…
Ou muito me engano ou vamos ver muito mais vezes esta fotografia fantástica de mais um pateta
De facto em Itália, têm a Máfia como principal quadrilha … Em Portugal, está mais do que confirmado que temos quase toda a classe POLITICA e seus associados. E digo quase toda porque com tanta impunidade não tardará muito a ser TODA A CLASSE POLITICA.