Depois de pisar a Lua, o próximo destino da Humanidade é o Planeta Vermelho e, para isso, poderá contar com a preciosa ajuda do novo sistema de propulsão da NASA. Recentemente, a agência espacial norte-americana anunciou mais um teste bem-sucedido de um motor de foguetão com força suficiente para nos levar até Marte.
A NASA conseguiu ativar com sucesso o novo RDRE (Rotating Detonation Rocket Engine) durante 251 segundos, ou mais de 4 minutos, produzindo mais de 2630 kg (25.810 newtons) de impulso.
De acordo com o comunicado de imprensa da agência espacial, estes valores ultrapassam os 17.800 newtons atingidos durante quase um minuto em 2022.
Este tipo de combustão sustentada simula os requisitos de uma aterragem ou de uma combustão no Espaço profundo, capaz de colocar uma nave espacial na rota da Lua para Marte, referiu o engenheiro de dispositivos de combustão do Marshall Space Flight Center, Thomas Teasley.
O que torna o RDRE tão revolucionário é o facto de utilizar uma detonação sustentada que circula em torno de um canal em forma de anel, alimentada por uma mistura de combustível e oxigénio desencadeada por cada explosão.
Esta tecnologia tem vindo a ser desenvolvida há vários anos e testada em laboratório desde 2020, mas só agora é que os cientistas estão a demonstrar que é suficientemente estável e viável para ser utilizada em foguetões reais.
O RDRE utiliza menos combustível propulsor do que os motores de foguetão convencionais e é mais simples em termos de equipamento e mecanismos. Isto significa que ir ao Espaço torna-se mais barato, sendo possível percorrer distâncias maiores.
Para produzir peças feitas à medida, suficientemente resistentes para suportar o calor e a pressão extremos envolvidos na conceção do RDRE, a NASA usou técnicas de impressão 3D.
Os engenheiros responsáveis pelo teste afirmam que têm agora uma melhor compreensão de como o incinerador pode ser dimensionado e adaptado para suportar diferentes níveis de impulso, diferentes tipos de sistemas de motores e diferentes classes de missões.
Desta forma, a NASA espera que as primeiras pessoas possam pôr os pés em solo marciano na década de 2030. Ainda há muitos obstáculos a ultrapassar para chegar a Marte e sobreviver quando lá estivermos, mas ter um meio de propulsão eficiente ajuda a resolver um dos obstáculos mais significativos.
“Estamos mais perto de fabricar sistemas de propulsão leves que nos permitirão enviar mais massa e carga útil para o Espaço profundo, uma componente crítica da visão da NASA da viagem da Lua a Marte”, rematou Teasley.
