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Os mosquitos tornam-se resistentes aos inseticidas porque detetam as toxinas nas pernas

Centers for Disease Control and Prevention / Wikimedia

Anopheles, mosquito da Malária

Uma equipa de cientistas identificou um novo mecanismo segundo o qual os mosquitos portadores da malária estão a tornar-se resistentes ao inseticida.

Depois de analisaram Anopheles gambiae e Anopheles coluzzii, dois dos principais vetores da malária na África Ocidental, cientistas da Liverpool School of Tropical Medicine (LSTM) descobriram que uma família particular de proteínas de ligação, situadas nas pernas do inseto, era altamente expressa em populações resistentes.

“Encontramos um mecanismo de resistência a inseticidas completamente novo, que acreditamos estar a contribuir para a menor eficácia dos mosquiteiros. A proteína entra em contacto direto com o inseticida quando o inseto pousa na rede, tornando-o um excelente alvo potencial para futuros aditivos de redes, de modo a superar esse mecanismo de resistência”, explicou a autora principal do estudo, Victoria Ingham.

A equipa demonstrou que a proteína de ligação – SAP2 – apresentou-se com elevada expressão em populações resistentes e mostrou-se ainda mais elevada após o contacto com piretróides, a classe de inseticida usada em todas as redes mosquiteiras.

Quando os níveis desta proteína são reduzidos, a suscetibilidade aos piretróides é restaurada. Inversamente, quando a proteína é expressa em níveis elevados, os mosquitos tornam-se resistentes ao inseticida, adianta o EurekAlert.

Este mecanismo de resistência recém-descoberto pode fornecer aos cientistas um objetivo importante para monitorizar a resistência a inseticidas, assim como ajudar no desenvolvimento de novos compostos capazes de bloquear a resistência aos piretróides e impedir a propagação da malária.

ZAP //

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