O poeta e tradutor, de 86 anos, morreu, esta quinta-feira, em Setúbal, onde estava hospitalizado, disse à agência Lusa fonte próxima da família.
Pedro Tamen, que além de poeta também foi tradutor, estreou-se, em 1956, com a obra “Poema para Todos os Dias”, tendo publicado cerca de oito títulos de poesia, entre eles “O Livro do Sapateiro”, que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2010, e o Prémio Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas, em 2011.
O poeta escreveu também teatro e traduziu autores como Gabriel Garcia Marquez, Reinaldo Arenas, Marcel Proust e Gustave Flaubert.
Numa nota no site oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que Tamen “foi uma figura ativíssima da nossa vida cultural e cívica”.
“Como militante de grupos católicos de orientação conciliar, como cineclubista, como crítico literário, como diretor e colaborador de jornais e revistas (entre as quais «O Tempo e O Modo»), como editor na Moraes e responsável da fundamental coleção Círculo de Poesia, como membro do Conselho de Administração da Fundação Gulbenkian, como dirigente de associações de escritores, e claro, como tradutor e poeta”, enumerou o Presidente.
“São de Tamen algumas das traduções mais conhecidas e celebradas das últimas décadas, de Diderot, Flaubert, Breton, Proust ou Perec, ou de Garcia Márquez, entre muitos outros. E à sua poesia, de temática cristã no início, e depois progressivamente surrealizante, lúdica, hermética, sempre inventiva, tão depressa erudita como ligada ao quotidiano, ao amor, à artes plásticas, foram atribuídas diversas distinções que o consagraram como um autor singularíssimo, respeitado e admirado pela crítica e pelos seus pares”, lê-se ainda.
O chefe de Estado termina a nota enviando as sentidas condolências à sua família, lembrando que hoje também perdeu “um amigo”.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, também lamentou a morte do escritor, que classificou de “figura maior da literatura portuguesa”.
Numa mensagem publicada no Twitter, a governante salientou que Tamen “construiu uma obra poética extraordinária, com um domínio magistral da língua portuguesa e das suas sonoridades”.
ZAP // Lusa