Uma queda da varanda. Morreu fundador dos Capacetes Brancos que Rússia acusou de ser espião

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(dr) UNRWA

ONU entrega ajuda humanitária na cidade de Yarmouk, na Síria

O antigo oficial do exército britânico James Le Mesurier, um dos fundadores do movimento humanitário Capacetes Brancos que tem ajudado milhares de pessoas na Síria, foi encontrado morto perto de casa. Terá caído da varanda poucos dias depois de a Rússia o ter acusado de ser um espião.

James Le Mesurier foi encontrado morto próximo da sua casa em Istambul, na Turquia, de acordo com o jornal britânico The Independent. As primeiras suspeitas indicam que ele terá caído da varanda em circunstâncias ainda desconhecidas.

A morte do antigo elemento do exército britânico surge três dias depois de a Rússia o ter acusado de ser um espião. Uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou-o de ser um “ex-agente do MI6”, os Serviços Secretos britânicos, insinuando que ele tem actuado nessa condição “em todo o mundo, incluindo nos Balcãs e no Médio Oriente”.

“As suas ligações a grupos terroristas já tinham sido noticiadas durante a sua missão no Kosovo”, insinuou ainda esta porta-voz.

A Rússia já tinha acusado os Capacetes Brancos de apoiarem grupos terroristas na Síria, bem como de inventarem ataques e resgates de pessoas.

Le Mesurier foi director do grupo que treinou elementos da Defesa Civil Síria, mais conhecida por Capacetes Brancos. O grupo foi criado em 2013, na Turquia, entre os refugiados sírios que se opunham ao regime de Bashar al-Assad.

Os Capacetes Brancos operam em cidades da oposição na Síria, socorrendo vítimas de ataques levados a cabo pelo regime de Al-Assad e pelas forças russas que o apoiam, e já foram premiados a nível internacional pelo seu trabalho humanitário.

O próprio Le Mesurier foi distinguido com a Ordem do Império Britânico pelo seu trabalho humanitário na Síria.

O responsável dos Capacetes Brancos, Raed al-Salah, salienta, em declarações ao The Independent, que no grupo ficaram “devastados” com a notícia da sua morte.

“Fomos informados pela sua família que ele morreu”, referiu ainda Raed al-Salah, notando que “a polícia está a investigar o caso” e que ainda não há conclusões finais.

ZAP //

 

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