O ator e dramaturgo norte-americano Sam Shepard, com mais de 40 anos de carreira no teatro e no cinema, morreu na quinta-feira passada aos 73 anos, em consequência de esclerose lateral amiotrófica, revelou esta segunda a família.
Desde os primeiros textos dramatúrgicos, em 1964, até à atualidade, Sam Shepard escreveu cerca de 50 peças de teatro, entre as quais “Buried Child”, que lhe valeu um prémio Pulitzer em 1979, “Curse of the Starving Glass” e “True West”.
No cinema, fica ligado a várias produções como autor, nomeadamente, de “Paris Texas”, filme de Wim Wenders no qual assinou o argumento e que conquistou a Palma de Ouro em Cannes, e “Deserto de Almas”, de Michelangelo Antonioni.
Como ator, faceta que se intensificou nos últimos anos, em particular com a série recente “Bloodline”, da plataforma Netflix, Shepard esteve nomeado para os Óscares em 1984 pela participação no filme “Os Eleitos”, de Philip Kaufman. Entrou ainda em “Dias do paraíso”, de Terrence Malick.
Nascido a 5 de novembro de 1943 em Fort Sheridan, Illinois, Sam Shepard começou a escrever poesia e a representar ainda na adolescência e, mais tarde, quando estudava para ser veterinário decidiu juntar-se a um grupo de teatro e depois rumou a Nova Iorque.
“Cowboys”, “The Rock Garden” e “La turista“, esta uma alegoria sobre a Guerra no Vietname, foram as primeiras peças de teatro que escreveu, na década de 1960. Nos anos seguintes receberia vários prémios Obie, de teatro, por diversos textos dramatúrgicos.
Tocou bateria e guitarra no grupo rock Holy Modal Rounders, viveu com Patti Smith e Jessica Lange, parceria de quase trinta anos, e chegou a integrar, na década de 1970, a digressão “Rolling Thunder Revue”, de Bob Dylan.
Em Portugal tem publicados vários títulos, entre os quais “Loucos por amor”, “Crónicas americanas” e “O grande sonho do paraíso”.
“Never here”, filme de Camille Thoman exibido em junho passado no Festival de Cinema de Los Angeles, foi a mais recente participação de Sam Shepard em cinema.
// Lusa