O economista e antigo ministro das Finanças José Silva Lopes morreu hoje aos 82 anos, informou o Banco de Portugal, numa nota de pesar à família daquele que também foi governador da instituição.
“O governador e os membros do Conselho de Administração do Banco de Portugal endereçam à família do doutor José da Silva Lopes, hoje falecido, o seu voto de mais profundo pesar”, refere a nota da instituição liderada por Carlos Costa.
Silva Lopes “foi um dos mais eminentes e reconhecidos economistas portugueses do século XX, tendo sido um atento investigador da economia nacional”, destaca o Banco de Portugal (BdP), apontando que o economista, nascido em maio de 1932 “desempenhou prestigiados cargos”.
Ministro das Finanças, governador do Banco de Portugal, administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), representante de Portugal junto do Banco Mundial ou presidente do Conselho Económico e Social foram alguns dos cargos desempenhados por Silva Lopes.
“Hoje era ainda membro por inerência do Conselho consultivo do Banco de Portugal”, salienta o BdP na nota.
José Silva Lopes, que foi governador do BdP entre 1975 e 1980, “conduziu a gestão do banco central num momento particularmente difícil da história económica e financeira recente do país”.
Enquanto governador, “foi responsável pela introdução em Portugal do regime cambial de ‘crawling-peg’ (ou seja, de desvalorizações programadas do escudo), que ajudou a ultrapassar o período de profunda instabilidade macroeconómica vivido na sequência do primeiro choque petrolífero e da mudança de regime”, salienta o BdP.
Silva Lopes “contribuiu ainda decisivamente para que, nos anos seguintes, o Banco de Portugal se afirmasse como um centro de excelência na análise económica e foi determinante para o reforço do prestígio da investigação económica realizada na instituição”, acrescenta.
Nos anos 90, “teve também um papel fundamental na reformulação da legislação aplicável ao sistema financeiro português“, sublinha a instituição, acrescentando que “nas sua relações pessoais e profissionais” Silva Lopes “cultivou sempre a vertente humana, a franqueza e a amizade”.
O Conselho de Administração do BdP “promoverá oportunamente a realização de uma conferência internacional” em sua memória, conclui o BdP.
/Lusa