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Moreirense 1-1 Benfica | Cónegos travam águia sem imaginação

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QUO vadis, Benfica? Mais de €100M depois gastos em reforços, as “águias” voltaram a soçobrar no campeonato e já se encontram no quarto posto atrás de Sporting, FC Porto e SC Braga, e com o Paços de Ferreira próximo.

Na noite deste domingo, numa partida relativa à 19ª jornada da Liga NOS, a equipa de Jorge Jesus não foi além de um empate na deslocação ao reduto do Moreirense.

Haris Seferovic abriu a contagem e, ainda na primeira parte, Yan Matheus assinou o 1-1. Para o campeonato, e à 11ª tentativa, foi a primeira vez que os cónegos não perderam nas recepções aos “encarnados”.

 

O jogo explicado em números

  • Relativamente ao triunfo em Faro, Vasco Seabra abdicou de Steven Vitória e Alex Soares (ambos castigados) e apostou em Ferraresi e Filipe Soares, respectivamente.
  • Olhando para a equipa que defrontou o Estoril, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, Jorge Jesus procedeu a três alterações: Weigl, Taarabt e Seferovic foram chamados, ocupando os lugares de Gabriel, Pizzi e Pedrinho.
  • Nota ainda para Helton Leite que manteve a vaga na baliza em detrimento do habitual titular Vlachodimos e para Diogo Gonçalves, de novo lançado na vaga de Gilberto (lesionado).
  • Um remate de Darwin que saiu à figura de Pasinato (6′), um corte de Rosic (12′) e um centro venenoso de Abdu Conté (15′) foram os lances de maior relevo numa primeira fase de jogo equilibrada, na qual o 1x5x3x2 do Moreirense encaixava no 1x4x4x2 do Benfica.
  • O lance mais perigoso surgiu à passagem do minuto 20 quando Rafa, em excelente oposição, não deu a melhor sequencia a uma abertura de Otamendi e desperdiçou uma excelente ocasião. Segundos depois, Abdu Conté foi mais lesto do que o extremo e cortou o perigo. Nesta fase, as “águias” tinham todos os remates da partida (três, sendo que dois foram enquadrados) e 55% da posse.
  • Os “encarnados” insistiram e foram premiados decorriam 25 minutos. Taarabt libertou-se das amarras, colocou Seferovic na cara do golo e este, desmarcado sobre o lado esquerdo, atirou a contar e abriu a contagem. Foi o 12º tiro certeiro do suíço na época, o oitavo no campeonato nas 16 jornadas em que actuou.
  • Conté (26’) fez o primeiro remate (que saiu desenquadrado) dos anfitriões e, aos 28 minutos, Darwin falhou por centímetros o 0-2. Dos cinco remates dos lisboetas, três foram enquadrados ao alvo e um terminou em golo. Taarabt era o MVP neste momento com um rating de 6.7. O marroquino tinha uma assistência gizada, 88% de eficácia no capítulo do passe (14 certos em 16 tentados), três dribles em três concluídos, um desarme e três recuperações da posse.
  • A cinco minutos do descanso, Yan Matheus converteu uma grande penalidade, que puniu falta de Grimaldo sobre Walterson, e empatou as contas do marcador na primeira tentativa em três que foi em direcção à baliza. Foi o quarto tento do jovem brasileiro, ele que marca há três rondas consecutivas.
  • Ao intervalo, a ineficácia voltava a penalizar o Benfica. A equipa de Jorge Jesus desde cedo assumiu as rédeas do encontro, foi acumulando e desperdiçando uma série de ocasiões, a mais flagrante por intermédio de Rafa aos 20 minutos, ainda chegou a estar em vantagem, mas uma má abordagem de Grimaldo foi fatal.
  • Concentrado e dinâmico, Taarabt foi o jogador com nota mais elevada nesta primeira metade com um GoalPoint Rating de 6.7.
  • O internacional marroquino fez dois remates, uma assistência, gizou dois passes para finalização, acertou os quatro dribles tentados e recuperou a posse em três ocasiões. Fábio Pacheco 5.9 era a peça em foco do lado minhoto.
  • Recomeço marcado pelo maior risco benfiquista em busca do 1-2 e por um Moreirense a tentar explorar o contra-ataque. Havia registo para uma tentativa da equipa anfitriã, através de Rafael Martins que substituiu o lesionado Yan, e para quatro dos forasteiros. Aos 62 minutos o árbitro Manuel Mota, por indicação de um dos juízes de linha, assinalou grande penalidade por falta de Filipe Soares sobre Weigl, mas após consultar o VAR alterou a decisão e puniu o alemão com um cartão amarelo.
  • A 11 minutos dos 90, e numa fase em que as ocasiões de perigo eram inexistentes, Waldschmidt descobriu Darwin Núñez nas alturas, o uruguaio cabeceou e Pasinato, com uma defesa de alto nível, impediu a festa do ponta-de-lança. Na resposta, Filipe optou por rematar quando poderia ter decidido melhor.
  • Aos 88′, Derik viu Vertonghen “tirar-lhe” o golo num momento em que já se preparava para festejar e instantes depois o mesmo Derik, sem oposição na zona do segundo poste, voltou a ser perdulário. O Benfica atacava com muitas unidades, tinha Pizzi e Taarabt na zona central, Waldschmidt e Pedrinho nas alas e Seferovic e Darwin no ataque, mas nem por isso, conseguia ligar o “jogo” e como era pouco pressionante na recuperação pós-perda ia dando tempo e espaço para os cónegos responderem com veneno.
  • Já em período de desconto, Pizzi ainda ameaçou mas o resultado estava definido. As “águias” – que não venceram nenhuma das últimas quatro deslocações que fizeram na Liga NOS – empataram, não aproveitaram o empate do FC Porto ante o Boavista e viram o SC Braga fugir no terceiro lugar, última vaga de acesso aos milhões da Liga dos Campeões. A equipa da Luz poderá ficar a 13 pontos do líder Sporting.
  • Já o Moreirense somou mais um ponto e só perdeu um dos últimos sete encontros que entrou em acção. Como anfitrião, Vasco Seabra continua sem perder frente ao Benfica, na época 2016/17 empatou quando orientava o Paços de Ferreira e já esta temporada foi quem dirigiu o Boavista no triunfo folgado por 3-0. 

 

Manuel Fernando Araújo / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

À imagem da equipa, Taarabt começou o jogo com tudo, assertivo a decidir, rápido a executar e pressionante na fase defensiva, mas com a passagem dos minutos, e à medida que foi recuando no terreno, foi perdendo preponderância nas acções, a equipa ressentiu-se e o Moreirense agradeceu.

Mesmo assim, o médio marroquino foi o melhor elemento em campo, com um GoalPoint Rating de 7.5.

Nota que premeia os dois remates que fez, os quatro passes para finalização, sete passes valiosos (máximo no encontro), dez passes progressivos certos, apenas um drible falhado em quatro tentados e uma eficácia de 94% nos passes (acertou 63 em 64). Como ponto negativo, os quatro maus controlos de bola que acumulou.

Jogadores em foco

  • Seferovic 6.6 – Dois remates, um golo, três passes para finalização e outros tantos valiosos. O suíço tem dado velocidade ao ataque da equipa, lutou e não foi por ele que o resultado final terminou com o empate a uma bola.
  • Pasinato 6.5 – Excelente exibição do brasileiro. Não teve culpas no golo sofrido e foi importante ao travar os ataques contrários, realizando sete intervenções (máximo da jornada até ao momento), algumas de alto nível, como a que travou o cabeceamento de Darwin aos 79 minutos.
  • Rosic 6.5 – Seguro, levou a melhor nos dois duelos aéreos em que interveio e carimbou um total de 13 alívios (número que mais ninguém atingiu este domingo).
  • Vertonghen 6.3 – Mais uma “performance” segura do belga, que ainda tentou ajudar no ataque (dois remates) e não vacilou a defender com quatro intercepções e dois remates bloqueados.
  • Rafa 6.3 – Se finalizasse com êxito metade das situações de perigo que consegue criar, o que valeria? Enquanto não melhorar esse momento, haverá um “mas” sempre que se falar do extremo português que, mesmo assim, “inventou” dez passes valiosos e teve dez acções com a bola no interior da área do Moreirense.
  • Fábio Pacheco 6.2 – O pêndulo dos minhotos, discreto e decisivo. Foi responsável por seis recuperações do esférico e sete desarmes (máximo no jogo).

Resumo

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