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Montepio recusa dar à Santa Casa dados para avaliação de riscos de investimento

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Mário Cruz / Lusa

Atual presidente da Associação Montepio, Tomás Correia

A análise aprofundada ao banco, encomendada pela Santa Casa ao Haitong Bank, ainda não se realizou porque os dados, pedidos há já quatro meses, ainda não foram facultados pela Associação Mutualista Montepio Geral.

A análise aprofundada – due diligence – às finanças da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), para a qual o Haitong Bank foi contratado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), ainda não foi realizada por não lhe ter sido facultada pela Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), a dona do banco, parte da informação que solicitou.

Os dados pedidos há já quatro meses ainda não foram facultados sob o argumento de que é necessário fechar as contas de 2017 para fornecer os números definitivos e porque a atual gestão de José Félix Morgado está de saída, avança o Público.

Além disso, o banco também justifica a recusa com o facto de a compra de 10% da instituição não exigir uma due diligence, ou seja, para a AMMG a compra de uma posição minoritária não exige a análise prévia aos riscos do negócio.

O banco de investimento terá solicitado à AMMG números adicionais relacionados com algumas operações do Montepio, para conseguir antecipar eventuais riscos futuros e desenvolver uma análise aprofundada encomendada em outubro pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Ao Público, fonte oficial da AMMG desmentiu a notícia, acrescentando que “não tem quaisquer comentários adicionais a fazer, obrigando-se a respeitar escrupulosamente os acordos contratuais de confidencialidade existentes entre as partes”.

O negócio em causa envolve um investimento entre 150 e 200 milhões de euros e não irá ultrapassar mais de 10% do capital. O provedor da Santa Casa Edmundo Martinho sublinhou, esta semana, que o estudo do Haitong é fundamental para a tomada de uma decisão.

O Governo não empurrou a Santa Casa para o Montepio

“Nunca houve qualquer pressão do Governo, o Governo não empurrou a Santa Casa para coisa nenhuma”, afirmou esta quarta-feira Vieira da Silva perante os deputados da Comissão de Trabalho, acrescentando que foi apenas uma “sugestão bem feita e bem aceite”.

O governante recusou ainda que tenha sido pré-definido um valor de 200 milhões de euros para a SCML investir na Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), em troca de 10% do capital desta e afirmou não haver qualquer informação sobre qual será o valor do eventual investimento.

Já sobre notícias avançadas pela imprensa recentemente, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse que não tem informações que o permitam “confirmar ou desmentir” se o Montepio se tem recusado a dar dados para que a Santa Casa possa fazer a avaliação, dizendo que essas questões têm de ser feitas ao Montepio.

Sobre se o eventual investimento da SCML no Montepio poderá constituir uma ajuda de estado – o que implica a avaliação da Comissão Europeia – o governante afirmou que isso não se colocou noutros investimentos da Santa Casa, mas que essa questão terá de ser avaliada no devido momento.

ZAP //

4 Comments

  1. O Montepio está falido. O governo, que tem medo de deixar o banco fechar e que tem medo de ficar mal visto ao estourar dinheiro para salvar mais banco (que na mesma continuará falido), encontrou um otário (a Santa Casa) para lá fazer o que é estúpido: estourar 150-200 milhões de euros por 10% do banco. Ora, isto pressupõe que a avaliação seria de 1,5 mil milhões pela totalidade do banco – coisa que só num universo paralelo deve ser verdade. Este governo de merda está a instrumentalizar a Santa Casa que mais tarde ficará a arder com o dinheiro. A diferença é que a opinião pública será muito mais simpática quando este governo de merda tiver que injetar os tais 150-200 milhões na Santa Casa, quando esta se vir à rasca pelo investimento estúpido num banco falido. É feio estourar dinheiro dos contribuintes num banco falido? Pois é. Mas já é eceitável usar o dinheiro dos contribuintes para ir lá socorrer a Santa Casa (que alimenta os pobrezinhos, coitados) e que perdeu dinheiro ao tê-lo estourado num banco falido. Acordem!

  2. O Montepio transformou-se numa agremiação de criminosos, encabeçada pelo ex CEO e atual Presidente da Mutualista. Desde que lá meteu os pés foi uma fartazana para ele e para os amigos. Negócios de imobiliário ruinosos para o banco foram à fatura, em Portugal e Angola (logo após a aberração da compra do Finibanco). Negócios que têm engordado diversos criminosos deste país feitos em conluio com o ainda DDT, que ainda se mantêm no ativo juntamente com altos funcionários do NB. Singapura recebe parte desse dinheiro que os engorda e o regulador do BP, amigo pessoal do inchado TC, armado em mini DDT, vai dando uma ajuda com as “comendas” que detém nesse país. Será que ninguém vê o que se passa ou é tanto dinheiro que sobra para tapar os olhos a quem os deveria ter bem abertos? Será que os argumentos que arranja para justificar as “liberalidades” entregues pelo omnipresente “poderoso chefão” da Amadora são aceites por quem investiga sem questionar quem de direito? Este país vai lindo com esta gentalha em liberdade…

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