Primeiro, a reunião que ainda não foi. Segundo, a reunião que foi mas ninguém avisou. Um “degredo” no meio do “teatro”.
Em dois dias seguidos, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos envolveram-se em troca pública de acusações, de divergências.
Capítulo I: a reunião que ainda não estava marcada entre os dois, mas que passou a estar marcada pouco depois dos comunicados dos dois lados.
No domingo, o gabinete primeiro-ministro informou que começou a tentar um encontro no dia 4 de Setembro, mas que o líder do PS nunca podia.
Os socialistas já tinham negado, ao dizer que o Governo é que tinha cancelado uma reunião marcada para a semana passada.
Já nesta segunda-feira, Pedro Nuno Santos chamou ao comunicado do Governo uma “provocação infantil”, num texto sem qualquer “efeito produtivo”.
André Ventura, presidente do Chega, disse que esta troca de argumentos é um “espectáculo deprimente”.
Paulo Raimundo, secretário geral do PCP, disse que são “discordâncias fabricadas” dos dois lados. E esta troca de comunicados “é para rir”.
Na RTP, Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra, classificou esta situação como uma “coreografia que interessa pouco aos portugueses”, num não-problema que até “deveria envergonhar” os políticos.
Capítulo II: as reuniões que o primeiro-ministro teve com André Ventura e Rui Rocha, sem anunciar.
Pedro Nuno Santos falou sobre “reuniões secretas”; Luís Montenegro assegurou que nunca faz reuniões secretas – são encontros “que ocorrem muita vezes com discrição e sem a presença da comunicação social”.
Um atira, o outro reage. Um critica, o outro nega.
Quem tem razão? E é importante alguém ter razão no meio desta tal “coreografia”?
“É muito difícil entender o que está a acontecer neste jogo do empurra. Tudo isto parece um teatro. Até mais do que teatro: parece um jogo infantil, em que uns dizem aos outros ‘Agarrem-me, senão voto contra’”, disse o comentador Manuel Carvalho na RTP.
Paulo Ferreira concorda, na rádio Observador: “Querem controlar a narrativa. É triste. Ficamos cada vez mais baralhados. É uma novela, degradante para a política. E perdemos confiança nos políticos. Esta birra… Chamar adolescente a isto é uma ofensa a tantos adolescentes: é tão infantil“.
Entretanto, a “novela” continua rumo à votação do Orçamento do Estado, que começa já no próximo mês. E ninguém faz ideia do que vai acontecer, no ponto que mais interessa.
Ninguém tem razão, é vergonhosa a atitude destes políticos , a destruirem sistematicamente Portugal com atitudes infantis e imbecis
Estão a brincar de política. Queria ver se não recebessem qualquer cêntimo para promoverem essa parvalhice, se estariam assim tão bem dispostos a gozar com quem trabalha.
Quem tem razão?
– Maria de Lurdes Rodrigues: -” ex-ministra, classificou esta situação como uma “coreografia que interessa pouco aos portugueses”, num não-problema que até “deveria envergonhar” os políticos”.