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Moncorvo acaba com os doutores e engenheiros na autarquia

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R.E. Barber Photography / Flickr

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A Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo (AMTM) deliberou por “unanimidade” acabar com os títulos académicos dos eleitos, passando os membros que integram os órgãos autárquicos a serem designados por deputados ou vereadores.

“O que nós entendemos é que o mais importante é ser deputado na Assembleia Municipal, e títulos como doutor ou engenheiro ali não fazem sentido e podem trazer alguma característica de diferenciação que não é pretendida. Dentro da assembleia são todos iguais”, disse à Lusa o presidente da AMTM, José Mário Leite.

Assim, nas atas dos órgãos municipais passará igualmente a figurar a designação de deputado municipal ou vereador, transformando-se num ato de “simplicidade”.

Por outro lado, aquele órgão aprovou igualmente por unanimidade a descentralização das reuniões da AMTM, que passam a realizar-se nas localidades do concelho que tenham condições para o feito.

“Esta medida é uma aposta na democratização e descentralização, demonstrando um cuidado com o interior do concelho. Nós, no município de Torre de Moncorvo, temos a noção do afastamento do centro de decisão e temos de dar o exemplo. A forma encontrada foi a assembleia dirigir-se às freguesias”, explicou José Mário Leite.

As reuniões serão efetuadas em sistema de rotatividade nas freguesias que se candidatarem para receber as sessões da assembleia municipal, tendo em linha de conta que a câmara assegurará todo o funcionamento do órgão autárquico.

“O principal objetivo da medida é que as populações assistam às reuniões e assim dêem a conhecer os seus anseios ou as suas reivindicações num ambiente mais próximo das pessoas”, acrescentou.

A primeira reunião descentralizada está marcada para a aldeia da Lousa a realizar já no mês de setembro.

/Lusa

6 Comments

  1. Para: CHARLIE_62. E será que sabe que o titulo académico só é usado nos paises mais atrasados da Europa e nos paises sub-desenvolvidos? Charlie_62, você só é dr(a) ou eng(o,a) no desempenho da sua profissão. Fora dela é um(a) cidadã(o) como outro qualquer. Por outro lado pergunto-lhe, você tem a certeza que é mesmo eng(o,a) ou dr(a)? Tenho cá um feeling que quando muito você é um simples licenciado(a) e com um pouco de sorte, até é do regime “Bolonha” sem querer ofender os licenciados nestas condições. Charlie, diga-me só mais uma coisa, você ja defendeu alguma tese? Certamente não! Ouça Charlie, desça á sua condição e lembre-se que no países nórdicos (os mais evoluidos) Suécia, Dinamarca, Noruega e mesmo na Alemanha, os titulos ficam sempre á porta das empresas. Isto são apenas alguns exemplos. Sabe a razão porque Portgal é um atraso de vida? Porque doutores e engenheiros que mal sabem ler e escrever é aos pontapés. E olhe que estou a falar do que sei. Quem tem valor, quem sabe o que vale, não precisa que o tratem pelo canudo. E que dizer aos “drs formados em história” (por exemplo), que nos municipios dirigem serviços de contabilidade? Isto é Portugal. PARABÉNS MONCORVO! quem sabe, serão os pioneiros da verdade!

    • Parabéns MARO pelo excelente comentário realista do zé-povinho português!!! Triste e atrasado povo. Podia fazer mais comentários do mesmo tipo, mas acho que não merece a pena. Temos o maior número de “drs+inginheiros+presidentes+pofessores doutores e outros títulos pomposos, por m2 no mundo…. e alguns até sabem escrever o seu nome sem erros!!!! Mas já agora, acho que devia mencionar também o Reino Unido e os E.U.A, onde esses digníssimos se chamam apenas “John-s” “Peter-s” e outros…. Neste reino do rogobofe até os títulos comprados e oferecidos por certas universidades são motivos de vaidade!

  2. Eu licenciei-me na Faculdade de Economia da Universidade do Porto em 1989, ainda não se falava em “Bolonha” e a diferença que faço é entre licenciados por Universidades Públicas e Privadas. Para me licenciar passei muitos anos, na época das frequências, a estudar de dia e de noite tive vários princípios de esgotamentos, portanto não admito que falem nesses termos de todos os licenciados, cada caso é um caso. Se de facto poderei aproximar-me da v/ opinião é no caso de certas Universidades Privadas em que se tiram licenciaturas com equivalências a quase todas as disciplinas, só é preciso fazer exames a três ou quatro disciplinas,…

    • Ninguém está a pôr em causa a sabedoria que o senhor ou outros tenham adquirido ao longo dos estudos ou da vida, os analfabetos também têm sofrido muito e no duro e muito mal remunerados ao longo de toda a sua vida e não é por isso que certamente merecerão menos respeito do que o senhor, só que o que está em causa é que ninguém tem o dever de o tratar a si por senhor doutor ou senhor engenheiro ou lá o que naquilo que se formou. Por vezes abro a televisão a meio de uma entrevista e só oiço senhor doutor para aqui senhor engenheiro par ali e nem sequer acabo por saber o nome do entrevistado, em França via entrevistas desde o presidente da república a deputados entre outros, não sei se eram doutores ou engenheiros, sei que eram tratados simplesmente por senhor A, B ou C. Eu até estou convencido que esta tomada de posição por parte da AMTM tenha a ver precisamente já com uma forte influência por parte da emigração visto tratar-se de uma região fortemente migratória.

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