Faltam soldados, faltam armas, faltam soluções. Perda do símbolo de resistência Avdiivka foi um golpe significativo.
Dois anos de guerra são uma efeméride de assinalar, não de celebrar. Sobretudo para a Ucrânia.
A tão anunciada contra-ofensiva conseguiu apenas ganhos mínimos (ou mesmo nulos), as atenções mediática e militar passaram a dividir-se com Israel e a ajuda externa começou a diminuir.
Faltam soldados, faltam armas, faltam soluções para o lado ucraniano. Faltam ideias, faltam tácticas para terem vantagem sobre os russos no campo de batalha.
Há centenas de milhares de baixas internas, há milhões de pessoas deslocadas. E a Rússia tem mais pessoas e uma economia mais forte.
Volodymyr Zelenskyy já está a correr maiores riscos para virar a guerra a seu favor e para manter a sua posição política a nível interno. O presidente da Ucrânia deu nova ordem aos responsáveis militares: atacar e atacar a Rússia.
O Instituto para o Estudo da Guerra admite que situação na Ucrânia é “grave, mas está longe da desesperança”.
A esperança caiu (ainda) mais por causa de Avdiivka.
A cidade do Leste da Ucrânia, muito próxima de Donetsk, era um símbolo da resistência ucraniana – já desde 2014, quando foi conquistada por apoiantes da Rússia mas pouco depois foi reconquistada pelos ucranianos.
Tinha sido o local escolhido pelos ucranianos para montarem uma rede de defesa complexa para resistir aos ataques russos.
Mas a Rússia passou a controlar Avdiivka, após a batalha mais sangrenta dos últimos meses.
O Instituto para o Estudo da Guerra sublinha as perdas do Kremlin: “Mais soldados russos terão provavelmente morrido na captura de Avdiivka do que em toda a guerra União Soviética-Afeganistão.”
Mas, juntando esta derrota aos tópicos já mencionados, o major-general Isidro de Morais Pereira avisa na CNN: “Este é o momento mais difícil da guerra para a Ucrânia. Se não forem tomadas medidas, pode vir a acontecer uma catástrofe”.
José Filipe Pinto, especialista em Relações Internacionais, concorda: “Este é de longe o momento mais difícil da guerra, logo a seguir ao choque inicial, quando duvidámos de que a Ucrânia fosse capaz de aguentar o impacto inicial das forças russas. Há falta de munições e os soldados estão exaustos”.
E o professor vai mais longe: “Há muito que deviam ter terminado a sua presença na frente”.
A Rússia tem conseguido ultrapassar mais facilmente as defesas da Ucrânia, conquistando três localidades em poucos dias.
As bombas FAB-1500 têm ajudado muito os russos nesse aspecto, atingindo com precisão – e com 1.500 quilos de explosivos – alvos no adversário.
Como já se previa, a Rússia tinha mais reservas aéreas e está a intensificar os ataques pelo ar. Os mísseis Su-34 russos fazem a diferença e os ucranianos (sem mísseis suficientes) não conseguem reagir.
“Estamos a assistir a um esgotamento e desmilitarização das capacidades ocidentais. A capacidade de produção ocidental é manifestamente insuficiente”, avisa o major-general Agostinho Costa.
Chamar mais pessoas para a guerra, criar uma mobilização geral, é uma possibilidade – mas a economia da Ucrânia não pode parar. Mas, provavelmente, a mobilização vai mesmo ser convocada.
Guerra na Ucrânia
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Que novidade. Os políticos ocidentais estão a dormir à sombra da bananeira à muito tempo.
Os russos pedem ajuda aos seus “amigos” norte coreanos, à Bielorrússia, etc. Sozinhos já tinham colapsado.
Os Ucranianos são heróis do MUNDO:
Como é que um exército munido apenas de pás consegue infligir tamanhas perdas a um exército equipado com o que de melhor há no campo tecnológico?
Faz lembrar a padeira de Aljubarrota.
Era preciso ser-se muito tonto para pensar que esta guerra podia acabar de outra maneira que não fosse a vitória total da Rússia. A NATO é um tigre de papel, sem efetivos humanos, sem armas, sem munições e sem capacidade industrial militar.