Descoberta molécula que combate mais de 300 tipos de superbactérias

Janice Haney Carr / CDC

Bactérias Gram-negativas de Legionella pneumophila

A molécula fabimicina foi eficaz no combate a mais de 300 bactérias gram-negativas, que são notoriamente resistentes aos antibióticos e causam várias infeções urinárias e pulmonares, em testes em ratos.

A crescente resistência das bactérias aos antibióticos é um grande problema na Medicina e que preocupa cada vez mais os cientistas. Um novo estudo publicado na ACS Central Science fez um avanço neste campo, ao descobrir uma molécula que combate as bactérias que resistem aos medicamentos.

A molécula em causa chama-se fabimicina e pode, no futuro, ser usada em tratamentos às doenças causadas pelas bactérias gram-negativas — patogénicos notoriamente difíceis de matar que causam muitas infeções urinárias, nos pulmões ou no sangue.

A resistência destas bactérias aos fármacos deve-se a uma membrana exterior que as protege das substâncias libertadas pelos antibióticos. A fabimicina ultrapassa estes obstáculos ao penetrar a camada exterior das células, esquivando-se das membranas.

Esta substância também tem outra vantagem, já que consegue combater as bactérias más sem matar demasiadas bactérias boas, o que é um outro problema dos tratamentos disponíveis atualmente, relata o Science Alert.

A equipa começou os testes usando um antibiótico que já se sabia ser eficaz contra as bactérias gram-positivas, tendo feito várias alterações estruturais que tornaram a molécula capaz de infiltrar as fortes defesas das bactérias gram-negativas.

No total, a fabimicina mostrou ser eficaz na luta contra mais de 300 tipos de bactérias resistentes aos antibióticos. Nas experiências feitas com ratos, a molécula diminuiu os níveis de bactérias prejudiciais nos animais com pneumonia ou infeções urinárias para os níveis pré-infeção.

Ainda são precisos muitos testes antes de a fabimicina poder ser incluída em medicamentos que possam ser tomados pelos doentes, mas os sinais até agora parecem promissores. O próximo passo dos investigadores é começar a fazer experiências com a molécula em humanos.

ZAP //

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