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Mochila com Inteligência Artificial permite que cegos explorem o mundo com mais segurança

A nova mochila com Inteligência Artificial (IA) é a prova de que a tecnologia pode ajudar pessoas com deficiência visual a explorarem o mundo de forma segura.

Um dos maiores desafios dos invisuais é movimentarem-se em espaços públicos de forma segura. A nova mochila com software de Inteligência Artificial da Intel foi desenhada especificamente para alertar os utilizadores com um som cada vez que se aproximam de passadeiras ou pessoas, por exemplo.

Segundo o The Washington Post, a mochila ativada por voz foi criada por uma equipa liderada por Jagadish K. Mahendran, investigador do Instituto de Inteligência Artificial na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. O objetivo era desenvolver um sistema capaz de substituir a bengala ou o cão-guia.

“No ano passado encontrei um amigo que é deficiente visual e apercebi-me de que já ensinei robôs a ler, mas que ainda existem muitas pessoas que não veem e precisam de ajuda. Foi o que me levou a criar o sistema de assistência visual usando o Kit de Inteligência Artificial com Profundidade da OpenCV (OAK-D), desenvolvido pela Intel”, explicou o líder da equipa, em comunicado.

O dispositivo fica alojado dentro de uma pequena mochila que contém uma unidade de computação, semelhante a um computador portátil. Além da mochila, que tem o sistema principal de GPS, o invisual tem de transportar uma pequena bolsa que guarda a bateria, que tem uma duração de cerca de oito horas.

O utilizador tem de usar também uma espécie de colete, com uma câmara tripla equipada com tecnologia IA espacial OAK-D da Luxonis, que executa o Movidius VPU da Intel.

Além de ler sinais, a câmara deteta passadeiras e mudanças de elevação no passeio. A partir do processamento de redes neuronais avançadas, os dados de visão computacional – como um mapa de profundidade de visão periférica em tempo real e informações em cores RGB – vão ajudando a elaborar os caminhos e obstáculos que forem surgindo.

Para passar a informação recolhida ao utilizador, o sistema usa um comando de voz através de um auscultador Bluetooth. O invisual também consegue interagir com o sistema – como se estivesse a usar a Siri – e pedir informações de localização.

A tecnologia foi revelada no final de março, mas pode demorar alguns anos até ser lançada uma versão no mercado.

Apesar disso, o produto oferece um vislumbre de como a tecnologia poderia ajudar cada vez mais as pessoas com problemas de visão a perceber melhor os ambientes onde se movimentam e, desta forma, a viver com mais independência.

Liliana Malainho, ZAP //

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