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GPM J1839−10
Investigadores descobriram um magnetar que pulsa desde 1988 com um preciso intervalo de cerca de 22 minutos.
Os astrónomos há muito que são cativados pelos enigmáticos pulsares, estrelas de neutrões altamente magnetizadas que emitem feixes regulares de energia, semelhantes a um farol celeste. No entanto, uma descoberta recente deixou os cientistas espantados com uma nova classe de pulsares, conhecida como magnetar, que tem características ainda mais notáveis.
Num estudo publicado na revista Nature, uma equipa de investigadores revelou a descoberta de um magnetar peculiar chamado GPM J1839-10. Ao contrário dos pulsares típicos, este extraordinário objeto celeste emite ondas de rádio excecionalmente poderosas num intervalo espantosamente longo de 22 minutos.
O que é ainda mais desconcertante é o facto de estar a emitir estes sinais com uma precisão incrível, até ao décimo de milissegundo, a partir de um local distante 15.000 anos-luz desde 1988.
Esta longevidade e precisão na emissão de rádio desafiam os conhecimentos atuais sobre estrelas de neutrões e magnetares, que são conhecidos pelas suas propriedades extremas.
De acordo com a autora principal, Natasha Hurley-Walker, uma radioastrónoma da Universidade de Curtin, na Austrália, o magnetar deveria ter cessado a sua emissão há muito tempo, durando apenas alguns meses ou anos, no máximo. O facto de continuar a emitir sinais há 33 anos, deixou os investigadores perplexos e a questionar a sua compreensão destes misteriosos objetos celestes.
A descoberta inesperada constituiu um desafio significativo para os astrónomos, levando-os a reconsiderar a compreensão predominante da evolução das estrelas de neutrões.
“Foi um momento incrível para mim… ninguém reparou nele e ficou escondido nos dados durante 33 anos”, disse Hurley-Walker, citada pela Futurism. A equipa não tinha previsto deparar-se com tal anomalia e fica agora a refletir sobre a sua natureza.