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Missão a cometa revela “elo perdido” na compreensão da formação planetária

ESA / Rosetta / NAVCAM

Mosaico de quatro imageuns do Cometa 67P/C-G, usando imagens capturadas no dia 19 de Setembro

O elo perdido na nossa compreensão da formação planetária foi revelado pela primeira nave a orbitar e a pousar num cometa, dizem cientistas alemães.

O estudo publicado numa edição recente da revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society de uma equipa de investigação liderada por Jürgen Blum (Technische Universität Braunschweig, Alemanha) analisa dados da histórica missão Rosetta para descobrir como o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (ou “Chury”), surgiu há mais de 4,5 mil milhões de anos.

Compreender a evolução do Sistema Solar e dos planetas era um dos principais objetivos da missão Rosetta ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

Para Jürgen Blum e para sua equipa internacional, valeu a pena, porque os resultados dos vários instrumentos da Rosetta e do “lander” Philae revelaram que apenas um dos muitos modelos propostos pode explicar as suas observações. O Cometa 67P consiste de vários “seixos de poeira” que variam entre vários milímetros e vários centímetros de tamanho.

O professor Blum explica as implicações das observações da equipa: “os nossos resultados mostram que apenas um modelo para a formação de corpos sólidos maiores no Sistema Solar jovem pode ser considerado para o Chury. Segundo este modelo de formação, os seixos de poeira são concentrados com tanta força por uma instabilidade na nebulosa solar que a sua força gravitacional conjunta leva, em última análise, a um colapso”.

Este processo forma o elo perdido entre a formação bem-estabelecida de “seixos de poeira” (blocos de construção planetária formados na nebulosa solar através da colisão de partículas de poeira e gelo) e a acreção gravitacional de planetesimais em planetas, que os cientistas ponderaram durante anos.

“Embora tudo isto pareça muito dramático, na realidade é um processo gentil no qual os aglomerados de poeira não são destruídos, mas combinados num corpo maior com uma atração gravitacional ainda mais elevada – a acumulação dos aglomerados de poeira, num corpo coerente, é virtualmente o nascimento do cometa“, explica Blum.

Devido à massa relativamente pequena do cometa 67P, os seixos sobreviveram intactos até hoje, permitindo que os cientistas confirmassem a hipótese pela primeira vez.

De facto, o modelo de formação do colapso de seixos pode explicar muitas propriedades observadas do cometa 67P, por exemplo, a alta porosidade e a quantidade de gás que escapa do interior. “Agora, todas as fases do modelo de formação planetária foram estabelecidas”, conclui Blum.

// CCVAlg

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