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Há um grupo de minúsculas “bestas vermelhas” a vaguear na Via Láctea

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ESA

Um grupo de minúsculas “bestas vermelhas” está a vaguear pela Via Láctea. Em causa estão estrelas subanãs vermelhas, que nasceram no halo galáctico e no disco espesso da nossa galáxia.

Estas estrelas vão ajudar os cientistas a conhecer melhor a história da nossa galáxia. “Na verdade, são bastante raras na vizinhança solar, mas são muitas vezes confundidas com algumas anãs vermelhas pobres em metais e nascidas no disco da galáxia”, explicou Luo Ali, do National Astronomical Observatories of Chinese Academy of Sciences (NAOC).

Segundo o Phys, a equipa estudou as propriedades de milhares de subanãs para entender a diferença entre as escassas subanãs do tipo M e as anãs normais, que são os membros estelares mais numerosos da Via Láctea.

“Revimos o sistema de classificação espectroscópica e medimos os parâmetros atmosféricos de todas as amostras de anãs/subanãs. Os resultados mostram que o novo sistema se comporta melhor ao encontrar as minúsculas bestas vermelhas, que são as subanãs genuínas”, disse Zhang Shuo, autor principal do estudo, publicado recentemente no The Astrophysical Journal.

Depois disso, os astrónomos analisaram os efeitos da revisão no sistema de classificação usado nas amostras espectroscópicas das subanãs.

A equipa descobriu que as “verdadeiras” estrelas, identificadas pela luminosidade e movimento, são as que têm as menores quantidades de metal e maiores forças gravitacionais.

Os resultados mostraram, assim, que este sistema de classificação funciona melhor para identificar estas estrelas.

Estes fatores não eram considerados características das estrelas subanãs. “Durante décadas, as pessoas referiram-se às verdadeiras subanãs e a um grupo de anãs pobres em metais como ‘subanãs’, porque consideraram algumas características espectrais específicas”, explicou Zhang Zuo, um dos autores do artigo científico.

Os objetos estelares classificados de forma equivocada comportam-se como anãs clássicas, mas “o valor gravitacional é um ótimo critério para as diferenciar das subanãs verdadeiras”, ressaltou o investigador.

“A maior amostra de estrelas subanãs do tipo M que construímos ajudou-nos a fazer esta importante descoberta. Mais importante, a análise cinemática e química mostra que a amostra contém uma mistura de objetos pertencentes a várias populações estelares e com origens diferentes, o que merece um estudo mais aprofundado”, rematou Luo.

Liliana Malainho, ZAP //

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