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Ministro ucraniano critica PCP. “Depois de Bucha, quem é que se pode atrever a chamar-nos extremistas?”

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nato / Flickr

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba

Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, criticou indiretamente o Partido Comunista Português por não entender as acusações de associação à extrema-direita de que a Ucrânia tem sido alvo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, concedeu uma entrevista ao Diário de Notícias na qual acusa quem chama os ucranianos de “extremistas, nazis, de extrema-direita” de ceder à “propaganda russa” e de estar “na folha de pagamento de violadores, assassinos e torturadores”.

“Tenho uma pergunta para fazer àqueles que continuam a acusar os ucranianos de serem extremistas: depois de terem visto Bucha, de terem sabido de centenas de civis deliberadamente torturados, mortos, violados, múltiplas vezes, incluindo adolescentes, pelo exército russo, quem é que se pode atrever a chamar-nos extremistas? É só o que posso dizer”, atirou.

A crítica é dirigida ao PCP, que recusou estar presente no Parlamento durante o discurso de Volodymyr Zelenskyy, na semana passada, por considerar que o Presidente ucraniano “personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi”.

Questionado diretamente sobre o que pensa acerca da “minoria em Portugal que continua a acusar o Estado ucraniano de extremismo e de proteção a forças extremistas”, assim como sobre a atitude do PCP, Kuleba disse que “isso é exatamente o que a propaganda russa tem espalhado pela Europa nestes últimos anos, dizendo que os ucranianos são extremistas, nazis, de extrema-direita”.

“Em 2014, a Rússia começou a acusar-nos de sermos extremistas, radicais de extrema-direita e neonazis. Foi exatamente a partir desse ano que nenhum partido de extrema-direita se conseguiu eleger para o Parlamento ucraniano”, acrescentou o governante.

Na mesma entrevista, Kuleba faz três pedidos muito semelhantes aos que Zelenskyy fez ao Parlamento português: “fornecimento de armas e de todo o equipamento militar necessário, sem restrições e sem quaisquer reservas de qualquer natureza”; apoio “sem restrições e sem quaisquer reservas a todas as sanções impostas à Rússia pela União Europeia”; e “apoio total, sem restrições e sem quaisquer reservas, ao processo de adesão da Ucrânia à UE num futuro previsível”.

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19 Comments

  1. Parabéns ao Partido Comunista Português por se ter oposto ao vergonhoso papel a que a Assembleia da Republica se prestou, transformando-se num orgão de propaganda duma das partes do conflito , para atacar um país com o qual temos seculares relações diplomáticas, culturais e económicas , e que está a sofrer uma despudorada censura. Precisava-mos era de ouvir as duas partes e tentar mediar, como faz aTurquia ou Israel, por exemplo. Metade do mundo apoia a Rússia, nós devia-mos manter-nos neutros face ao avanço do imperialismo americano. O Partido Comunista Português mostrou a sua categoria, lembremo-nos que a Rússia acabou com o comunismo e Putin acaba de acusar o comunismo dos problemas geo-políticos e geo-estratégicos da Europa de Leste e , em geral, do globo.

    • “Precisava-mos…” e “…nós devia-mos…” coisas lindas de se lerem. O comentário está em linha com o “Precisava-mos… ” e o “… devia-mos..”
      Defender criminosos e massacres não passa pela cabeça de ninguém de bom senso.

    • Vergonhosa? Vergonhoza é sua tentativa de tentar passar proselisticamente a doutrina marxista lelinista já ha muito esquecida, e por boas razoes, tal disco riscado com cheiro a mofo, mas pintado de fresco com outra cor para nao se fazer notar. Aqui so as vozes do PCP, que andam habituados a atirar areia para os olhos das pessoas desde o estado novo, para promover o engano e o encobrimento da verdade é que precisam de continuar a obstaculizar o caminho correcto. Entao porque se tiveram ou teem relacoes diplomaticas é caso para estar de acordo com com os actos criminosos cometidos em contra da humanidade? e se tiver algo que dizer em contra de tais atrocidades, é porque é nazi, homosexual, censura ou o avanco do imperialismo americano? e quais seculares relacoes diplomaticas, culturais e economicas? essas que fala foram terminadas com a subida do bolchevismo ao poder, so voltando a ser reavidas em 91 e so porque caiu a USSR. sera que agora que a federacao russa esta a tentar criar novamente a USSR as relacoes nao deveriam terminar de novo? mantenham-se voces neutros se quizerem, que é tambem para isso que vos pagam!

    • “Tadinhos dos russos e do putin”.São umas vitimas, não é?. Coitadas mas é das mulheres crianças e soldados ucranianos que estão a morrer para defenderem o seu país.

  2. A categoria do seu comentário é que é mesmo elevada: “Precisava-mos”…
    Propaganda de uma das partes do conflito? Acredita mesmo nessa sua conversa?
    Está cada vez com as palas mais estreitas. Não se deixe autoconvencer pelo seu anti-americanismo primário. O imperialismo russo nunca desapareceu.
    Os georgianos e os chechenos bem sofreram na pele o que o seu amigo Putin fez.
    Quem acabou com o comunismo foi o povo russo, não foram os políticos. Ou já não se lembra da tentativa de golpe de Estado em que o Boris Ieltsin emergiu como se fosse o nosso Salgueiro Maia?

    • O PCP deve ser compreendido em vez de criticado. Todos sabemos, e, o ministro também já deveria saber que o PCP é “franchising” da Rússia.

      • Será que o PCP, recebe dinheiro dos russos para existir? Há uns tempos o Portas disse que putin era um dos financiadores de grupos neo nazis pela Europa fora, alemães incluidos e agora está contra os neo nazis da Ucrânia. Os neo-nazis de azov não devem ter ido nos jogos do putin.

  3. Tem toda a razão, temos é que ouvir as duas partes, já o tentar mediar não me parece tão fácil. A menos que seja o Sr. Secretário Geral do PCP a lá ir, aí sim, aí já o Putin se punha logo em sentido. É só lhe dizerem que vai lá o Sr. Jerónimo que ele manda logo retirar as tropas, desmonta a tenda na Crimeia, deixa lá uns maços de rublos e uma nota com um pedido de desculpa. Assim sim! Agora, a vergonha que foi na assembleia da república, o Zelensky, nem se dignou a vestir um fato nem fazer a barba, deve ter a mania que é o Che! O desplante, de vir para cá pedir armas e cenas como se nós fossemos os nazis dos Israelitas. Estão bem uns para os outros, Ucranianos e Israelitas, são todos uns nazis! E ainda por cima a discursar sobre o 25 de Abril, ele deveria ter falado era do 25 de Novembro, agora do 25 de Abril NUNCA! Vergonhoso!

  4. Azov, o batalhão neonazi que vai defender Mariupol

    É um dos batalhões mais ferozes de entre as dezenas que lutam ao lado do exército oficial da Ucrânia. A sua missão é “liderar as raças brancas do mundo numa cruzada final pela sobrevivência”.

    Não foi o PCP que escreveu isto, foi o jornal O Público em 1 de setembro de 2014.

    • Já não estamos em 2014, o Batalhão Azov foi integrado na Guarda Nacional Ucraniana e a Russia invadiu a Ucrânia sem nenhum motivo!!

    • Se o putin queria eliminar o tal batalhão azov, eliminava somente o tal batalhão, mas não foi isso que aconteceu, ele invadiu toda a Ucrânia. Além disso já tinha invadido a Crimeia há alguns anos atrás e não foi porque existia algum batalhão azov na Crimeia. Comparativamente com a merda que so russos andam lá a fazer o batalhão azov deve ser um santinho. E já anda a ameaçcar Finlãndia, Suécia e Moldávia. se calhar também existem batalhóes azov lá e ninguém sabe de nada. :-))))))

      • E se a missão do dito batalhão é “liderar as raças brancas do mundo numa cruzada final pela sobrevivência” em que medida é que isso constitui um risco para a Rússia?! São negros ou amarelos?! Obviamente que ninguém apoiará no seu bom senso esse desígnio mas o Putin referiu que constituía uma ameaça à Rússia. Não percebo em que sentido.
        O que não dá jeito ao Putin é ter governos democráticos e não subservientes a Moscovo nos antigos países do bloco comunista. Mas isso é outra história.

  5. Incrível um país dito democrático dar-se ao luxo de ter um partido defensor incondicional do comunismo e a sua ditadura legalizado que até faz acordos com o governo; das duas uma, ou se defende a democracia e os seus valores, ou se pactua com ditaduras e tudo isso conjuntamente não passará de uma farsa!

  6. Oh Maria Ribeiro, é preciso ser cego para não se ver quem é o invasor, quem invadiu quem, e quem apoia a Rússia.
    Não compreendo como se pode apoiar um invasor, ditatorial e sanguinário regime chefiado por Putin, o Hitler do século XXI, em que umas vezes é Presidente da República e outras vezes é primeiro-ministro, alterando a Constituição a seu bel prazer. Há dúvidas que tipo de regime está instalado na Rússia? Oh Maria Ribeiro, vá para lá fazer um estágio ou gozar as amplas liberdades.

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