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Ministro das Finanças da Sérvia demite-se por não poder aplicar austeridade

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Bundesministerium für Europa, Integration und Äusseres / Flickr

O ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Sebastian Kurz (esq) com o ministro das Finanças e primeiro-ministro sérvios,  Lazar Krstić (centro) e  Aleksandar Vučić (dir)

O ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Sebastian Kurz (esq) com o ministro das Finanças e primeiro-ministro sérvios,
Lazar Krstić (centro) e Aleksandar Vučić (dir)

O ministro das Finanças da Sérvia demitiu-se este sábado, após ter tomado posse há dois meses, por divergência com o primeiro-ministro Aleksandar Vucic, que rejeitou as propostas de austeridade.

Lazar Krstic tinha previsto implementar medidas de austeridade, nomeadamente através do corte das pensões entre 20 a 25 por cento e da redução de mais de 20 por cento dos funcionários públicos.

“Eu acredito que estas medidas deveriam ter sido aplicadas de imediato. O primeiro-ministro tem outro ponto de vista em relação às reformas com que tínhamos concordado, e é por isso que me demito”, disse aos jornalistas Lazar Krstic em conferência de imprensa em Belgrado.

O primeiro-ministro, Aleksandar Vucic , que também estava presente na mesma conferência de imprensa, agradeceu a Krstic e confirmou os motivos do afastamento.

“Krstic está certo mas neste momento não estou preparado para autorizar a implementação de certas medidas, nomeadamente o corte das pensões”, disse o chefe do governo sérvio.

A Sérvia prevê atingir este ano um deficit de 8% podendo o número ser ainda mais elevado caso se venham a confirmar as previsões sobre os prejuízos causados pelas cheias que afetaram o país no mês de maio.

Parte do orçamento do Estado – correspondente a 10 mil milhões de euros — destina-se a pagamentos de pensões a 1.7 milhões de pessoas sendo que o setor público sérvio emprega 700 mil pessoas, num país com sete milhões e 200 mil habitantes.

Mais de 20 por cento da força de trabalho está desempregada e a maior parte dos trabalhadores sérvios não conseguem salários superiores aos 475 euros por mês.

Antes de Krstc ter anunciado a demissão a empresa de notação financeira Fitch tinha anunciado um rating de “B+” com uma previsão de “estabilidade”.

/Lusa

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