Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-dirigente do PNR, fundador da FN, Mário Machado
O Ministério Público vai recorrer da decisão que suspende as obrigações quinzenais para Mário Machado se apresentar às autoridades para que possa ir combater na guerra na Ucrânia.
A notícia foi avançada na sexta-feira pelo Expresso, que deu conta de que o militante neonazi Mário Machado estava dispensado da medida de coação que exigia que se apresentasse quinzenalmente na polícia.
Esta mudança deu-se depois do advogado ter pedido a suspensão da medida para que Machado pudesse deslocar-se para ir lutar na guerra na Ucrânia. O Tribunal Central de Instrução Criminal concedeu a autorização perante a “situação humanitária vivida na Ucrânia e as finalidades invocadas pelo arguido para a sua pretensão”.
Agora, sabe-se que o Ministério Público vai apresentar um recurso, avançou a Procuradoria-Geral da República à CNN Portugal. Recorde-se que Mário Machado anunciou no início de Março através do Telegram que iria até à Ucrânia com mais 20 pessoas na “Operação Ucrânia1143”, para combater na guerra contra a Rússia.
Mário Machado já integrou várias organizações e milícias de extrema-direita, como a Irmandade Ariana, o Movimento de Ação Nacional e o Portugal Hammerskins e fundou também os movimentos políticos Frente Nacional e Nova Ordem Social.
As ligações de Machado à extrema-direita já lhe valeram vários problemas com a justiça, tendo em 1997 sido condenado a quatro anos e três meses de prisão pela morte de Alcindo Monteiro, um português de ascendência cabo-verdiana que foi assassinado por um grupo de neonazis a 10 de Junho de 1995.
Já em 2012, Mário Machado foi condenado a 10 anos de prisão devido ao cúmulo jurídico na sequência de condenações a prisão efetiva em três outros processos onde estava acusado de ofensa à integridade física qualificada, discriminação racial, ameaça e coação a uma procuradora da República, difamação e posse ilegal de uma arma de fogo.