O ministro da Educação, Nuno Crato, disse esta segunda-feira que espera não ter qualquer professor sem turma atribuída nas escolas dentro de algumas semanas, considerando que este é “um objetivo atingível”.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião com a Federação Nacional de Educação (FNE), o ministro da Educação, Nuno Crato, ressalvou que ter “zero horários-zero” daqui a algumas semanas é uma expetativa, não uma promessa.
“Não posso dar nenhuma garantia definitiva. Temos que ser completamente honestos em relação a este aspeto. O que posso dar é a garantia aos professores de que estamos a trabalhar para que seja residual, senão zero, o número de professores em horário-zero. A indicação que temos é de que esse é um objetivo atingível nas primeiras semanas do ano letivo”, declarou o ministro.
De acordo com o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, o número de professores nestas condições não chegaria a 500 no final do ano letivo passado.
O secretário de Estado da Administração Escolar, Casanova de Almeida, adiantou que, de acordo com as informações dos serviços do ministério, este ano letivo vai arrancar com menos de metade dos 2.185 “horários-zero” que existiam à partida para o ano anterior.
“Essa redução ainda não tem em conta os lugares que vão ser ocupados por todos os professores que forem rescindir de sua livre vontade e que até dia 10 o vão manifestar. Após dia 10 vamos dar prioridade a todos os professores que estavam nas escolas desses professores que rescindem para terem prioridade para regressarem à sua escola”, explicou o secretário de Estado.
Nuno Crato diz que o objetivo é não haver professores em condições de passar à requalificação profissional em fevereiro de 2015, estando o ministério ainda a prever algumas medidas que o possam evitar, como uma nova fase de colocações no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em outubro.
Sobre as listas de colocação de professores nas escolas, referentes à mobilidade interna e à contratação inicial, o ministro apontou o dia de terça-feira como aquele em que serão divulgadas, desvalorizando a proximidade da data de início do ano letivo, que arranca na quinta-feira, por se estar a falar de concursos que vão colocar 5% de professores.
“Preferiríamos todos nós que o ano pudesse começar com um conhecimento mais antecipado. Há professores que ainda não sabem em que escola vão trabalhar e achamos que isto devia ser evitado”, defendeu João Dias da Silva, à saída da reunião, dizendo que com a sua “solidariedade”, não resolve o problema dos professores que vão conhecer a sua colocação a poucos dias de começarem a trabalhar.
No entanto, Casanova de Almeida sublinha que com as alterações aos concursos feitas este ano, o tempo médio de colocações nas escolas vai baixar dos 23 dias para os quatro a cinco dias, evitando que os alunos passem semanas sem professores atribuídos.
/Lusa