O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considerou esta segunda-feira que o Ministério da Educação “quer pôr o pé em cima do pescoço dos professores” e garantiu que a luta vai continuar até que as reivindicações desta classe sejam atendidas.
“No momento em que os professores pararem a greve, na atual situação em que nós estamos, o Ministério da Educação impõe aquilo que quer. E o que quer, é pôr o pé em cima do pescoço dos professores”, afirmou.
Mário Nogueira falava na Covilhã, cidade que, ao final da manhã, foi palco de uma manifestação com várias centenas de professores de todo o distrito de Castelo Branco, onde esta segunda-feira se cumpre mais um dia da “greve por distritos”.
Com nove organizações sindicais envolvidas, esta greve começou no 16 de janeiro e prolonga-se até dia 08 de fevereiro, de modo a passar por todos os distritos do país.
Esta segunda-feira, no distrito Castelo Branco, garantiu Mário Nogueira, a adesão está a ser muito “significativa”, com taxas “acima de 90%”, com várias escolas fechadas e outras “apenas com um ou outro professor” ao serviço.
Uma participação que a Fenprof disse ser a prova clara de que as propostas apresentadas até agora pelo Governo são insuficientes, tal como apontou Mário Nogueira, durante o primeiro dia de greve após a reunião negocial realizada na sexta-feira com a tutela.
“A resposta está aqui. São propostas absolutamente inaceitáveis”, apontou, referindo-se aos alegados “pontos de entendimento” invocados pelo ministro da Educação, João Costa, para pedir o fim das greves em curso.
Esse pedido, reiterou esta segunda-feira Mário Nogueira, só será atendido, quando as reivindicações dos professores forem ouvidas.
“A manterem-se estas situações, ou seja, a insuficiência de algumas respostas e a inexistência de outras que são fundamentais, o que nós podemos dizer é que a luta vai continuar”, garantiu.
Elencando a lista de questões que têm de ser solucionadas – que vão desde a contagem do tempo de serviço, ao sistema de vinculação de professores que pode penalizar aqueles que estão há mais tempo nas escolas, passando pela incapacidade por doença ou pela aposentação – Mário Nogueira também vincou que tem sido por via da greve que se têm registado “alguns avanços”.
Questionado sobre se estas greves também representam uma luta entre sindicatos, classificou tal ideia como “idiota” e considerou que a mesma só tem o objetivo de “quebrar a luta” dos professores, o que, repetiu, não irá acontecer.
Esta greve dos professores envolve nove estruturas sindicais: Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Pró-Ordem dos Professores – Associação Sindical/Federação Portuguesa dos Professores, Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (SEPLEU), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (SINAPE), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (SINDEP), Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU) e Federação Nacional de Educação (FNE), que aderiu mais tarde.