Uma equipa de cientistas está a recorrer a lombrigas para perceber melhor como é que as missões espaciais interferem na saúde dos astronautas, uma investigação que pode ser determinante para a descoberta de novos mundos no nosso universo.
As viagens no Espaço estão limitadas pelas condições físicas dos humanos, mas isso pode mudar nos próximos tempos e as lombrigas poderão ser decisivas para que isso aconteça.
É pelo menos isso que espera a equipa da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) que está a utilizar lombrigas como astronautas para perceber como é que o corpo humano se comporta em ambientes de micro gravidade, reporta a Europapress.
As lombrigas, ou Caenorhabditis elegans, têm uma quantidade considerável de material genético idêntico ao dos humanos, destaca a agência, notando que a ideia dos investigadores é perceber como os ambientes de baixa gravidade afectam o corpo humano.
Nas missões prolongadas no Espaço, os astronautas perdem massa muscular e óssea e há estudos que indicam que outras partes dos seus corpos também mudam – nomeadamente a curvatura da coluna vertebral, a quantidade de sangue no corpo e até a visão.
Assim, membros da tripulação da Estação Espacial Internacional estão a usar lombrigas astronautas para perceber melhor os processos por trás destas alterações.
“Os astronautas vão cultivar múltiplas várias do organismo, pelo que vão poder examiná-los em diferentes estados de desenvolvimento”, explica o autor principal do estudo, Atsushi Higashitani.
“Os nossos estudos ajudarão a esclarecer como e porque é que estas mudanças para a saúde ocorrem em micro-gravidade e determinar se as adaptações ao Espaço se transmitem de uma geração de célula para outra sem mudar o ADN básico de um organismo”, acrescenta o cientista.
O facto de as lombrigas terem uma vida curta permite aos cientistas estudarem várias gerações num curto período de tempo, o que é essencial para a investigação.
Por uma vez, e para variar, a lombriga é útil ao homem.
ZAP
1º – minhocas e lombrigas são “coisas” muito diferentes…
2ª – “nomeadamente a curvatura da coluna vertebral, a quantidade de sangue no corpo e até a vista.” – a vista do quê?! a visão?! ou a bela vista do espaço sideral?!
Caro lEITOR aSSIDUO,
Apesar da bela vista sideral de que efectivamente as lombrigas astronautas podem desfrutar, o que as viagens espaciais afectam nos astronautas é de facto a visão.
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
De facto o LEITOR ASSIDUO tem razão. As “roundworms” mencionadas no vídeo (Caenorhabditis elegans) não são lombrigas, são nemátodos não parasíticos que vivem no solo.