A segurança do planeta já não depende das disquetes dos anos 70 do Pentágono

U.S. Government Accountability Office / Wikimedia

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos deixou finalmente de usar disquetes de oito polegadas para coordenar as forças nucleares do país.

Desenvolvidos na década de 1960, os disquetes desapareceram do uso comum há várias décadas, mas continuam a ser o principal sistema de armazenamento de dados do Sistema Estratégico de Comando e Controlo Automatizado (SACCS), que coordena as operações dos mísseis e bombardeiros nucleares dos EUA.

Porém, desde junho que o SACCS mudou para uma “solução de armazenamento digital de estado sólido altamente segura”. O SACCS é uma das maneiras da força nuclear dos EUA de enviar mensagens entre centros de comando nuclear e o campo.

Inicialmente, a força nuclear dos EUA tinha planeado suspender o sistema até ao final de 2017, depois de um relatório do governo norte-americano ter levantado preocupações sobre o uso de tecnologia desatualizada no ano anterior.

O relatório, de acordo com o C4ISRNET, também pedia a modernização de vários outros terminais portáteis e de desktop, bem como “processadores de expansão de portas”. Não se sabe, porém, se esse trabalho foi concluído.

O sistema antiquado, que é executado num computador IBM Series/1 de 1970, tem as suas vantagens, de acordo com The Verge. É totalmente offline, por exemplo, por isso não poder ser alvo de ataques. O uso de tecnologia desatualizada do sistema ajuda a mantê-lo seguro. “Não se consegue invadir algo que não tem um endereço IP”, disse o coronel Jason Rossi ao C4isrnet. “É a idade que fornece essa segurança“.

No entanto, isso não compensa os desafios de manter um sistema tão antigo. O sistema antigo é cada vez mais difícil de manter. É necessário usar ferros de solda para consertar o equipamento antigo, porque não é possível trocar os componentes quando partem. De acordo com o IFLScience, os Estados Unidos gastam 61 mil milhões de dólares (equivalente a 54 mil milhões de euros) todos os anos para manter o sistema.

Segundo o The New York Times, a último disquete de oito polegadas foi fabricada há cinco anos, tornando-os cada vez mais difíceis de obter.