Militantes desmaiam em palco durante discurso de Montenegro em Setúbal

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Rodrigo Antunes / Lusa

O presidente do PSD, Luís Montenegro

Foi difícil para alguns jovens militantes acompanhar o discurso de Luís Montenegro, líder do PSD, no comício de Setúbal. Chegou a haver desmaios em palco.

O momento insólito aconteceu no cineteatro Charlot, em Setúbal, durante um comício da Aliança Democrática (AD). Luís Montenegro, presidente do PSD que lidera a coligação, discursava há cerca de 30 minutos quando um jovem militante começou a tremer, acabando por perder os sentidos.

O jovem foi amparado pelos colegas que estavam ao lado e foi retirado do palco.

Montenegro interrompeu, então, o seu discurso para perguntar se estava “tudo bem”.

Poucos segundos depois, o jovem recuperou os sentidos e acabou por sair do auditório pelo próprio pé.

Mas, cerca de cinco minutos depois, outro jovem militante também desmaiou no palco.

Novamente obrigado a interromper o discurso, Montenegro assumiu, então, que “não estava consciente” de que estava assim tanto calor no cineteatro. “Vocês vejam se estão bem”, disse aos outros jovens que continuavam em pé ao seu lado no palco.

Montenegro acusou Pedro Nuno de “imaturidade política”

Durante o discurso marcado pelos insólitos desmaios, Montenegro aproveitou para se atirar ao principal adversário nas eleições legislativas de 10 de Março, acusando Pedro Nuno Santos de “imaturidade política e falta de preparação” para governar.

O líder da AD acusou o adversário do PS de ter dito “por conveniência” que se perdesse as eleições não apresentava, nem votava a favor de nenhuma moção de censura a um governo minoritário da AD.

“Até segunda-feira, disse sempre que nunca estava em causa, pela parte do PS, viabilizar um Governo da AD; na segunda-feira disse que viabilizaria; hoje já disse duas ou três coisas diferentes“, atirou Montenegro.

Pedro Nuno Santos quis dar uma de moderado e acabou por trazer ao de cima a sua imaturidade política e falta de preparação para poder dar credibilidade a um projecto governativo”, acrescentou o líder do PSD.

Sem responder à exigência de reciprocidade de Pedro Nuno Santos, de se comprometer a viabilizar um governo minoritário do PS em caso de vitória dos socialistas nas legislativas próximas, Montenegro reafirmou a confiança numa vitória eleitoral da AD.

Quem vai viabilizar um governo da AD são os portugueses. Nós não estamos à espera de outra resposta”, afirmou.

Em 8 anos, PS inaugurou “zero” hospitais públicos

Montenegro lembrou também que o PS governou o país em 22 dos últimos 28 anos, os últimos oito com maioria absoluta, seis deles com o apoio parlamentar do PCP e do Bloco de Esquerda (BE), considerando que, neste período, se agravaram os problemas da habitação, da insegurança, da falta de professores e da saúde.

“Tudo isso tem a responsabilidade de quem governou o país, de quem teve o poder nas mãos e não utilizou esse poder para ultrapassar estas dificuldades”, disse.

No comício em Setúbal, Montenegro assegurou que a saúde será uma prioridade de um futuro governo da AD, acusando, ao mesmo tempo, o PS, o PCP e o BE de serem “os maiores amigos da medicina privada em Portugal”.

O líder da AD notou que mais de 3,3 milhões de portugueses subscreveram seguros de saúde para poderem ter garantias de atendimento, considerando que “nunca em Portugal, tantas e tantos portugueses” o fizeram.

Para evidenciar ainda mais a responsabilidade dos socialistas pela degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Montenegro comparou o número de hospitais construídos desde o último governo de coligação PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho.

“Nos últimos oito anos, foram inaugurados 32 hospitais no sector privado, ao mesmo tempo que foram inaugurados zero no sector público pela mão do PS”, atirou Montenegro.

“Tanta vontade de diabolizar os quatro anos [do governo de Passos Coelho] de recuperação da nossa autonomia e da nossa credibilidade e, naqueles quatro anos em que era difícil, em que nós não tínhamos capacidade de decisão, em que nós não tínhamos meios financeiros, em que não havia Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em que estávamos cercados por todo o lado, fomos capazes de inaugurar sete novos hospitais“, lembrou o líder da AD.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Não é fácil ao ser humano resistir a tanto palavreado sem consistência, diluído em soluções de azedume, altamente concentradas.
    O estado de consciência entra em conflito, e o organismo, numa acção de auto proteção e defesa, desliga.
    É para evitar consequências dessa natureza, que algumas pessoas, e em boa hora, abandonam certos eventos antes de terminarem.

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