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Milionário chinês convidou mil pobres de Nova Iorque para almoçar

Philip McMaster

O milionário e filantropo chinês Chen Guangbiao

O milionário e filantropo chinês Chen Guangbiao

Um milionário e filantropo chinês, Chen Guangbiao, publicou esta semana dois anúncios em conhecidos jornais de Nova Iorque convidando mil pobres da cidade para almoçar consigo num restaurante do Central Park.

Além do almoço, marcado para a próxima quarta-feira, Chen Guangbiao oferecerá a cada um dos presentes 300 dólares (220 euros), num gesto destinado a “restaurar a imagem” dos milionários chineses e da “economia da China, diz o anúncio de página inteira publicado no New Work Times e Wall Street Journal e reproduzido hoje na imprensa chinesa.

O anúncio inclui um e-mail para os “pobres e desfavorecidos” de Nova Iorque se inscreverem para o “almoço de caridade”, que decorrerá num local emblemático da grande metrópole norte-americana.

Detentor de uma fortuna estimada em 600 milhões de dólares (440 milhões de euros), Chen Guangbiao já tinha sido notícia em dezembro passado, quando anunciou que queria comprar o New York Times para tornar o jornal “mais objetivo” acerca da China.

“Acho que os americanos sabem pouco acerca de uma China civilizada e aberta que tem desfrutado de um desenvolvimento sem precedentes. Com a tradição e o estilo do New York Times, é muito difícil o jornal fazer uma cobertura objetiva da China”, argumentou na altura o milionário chinês.

Chen Guangbiao, 46 anos, proprietário de uma empresa de reciclagem, tornou-se conhecido como filantropo em 2008, pelo dinheiro que doou às vítimas do devastador terramoto que abalou então a província de Sichuan, no sudoeste da China.

A revista norte-americana Forbes considerou-o um dos mais importantes filantropos da Ásia-Pacífico em 2008 e 2009.

“A filantropia na China ainda não arrancou”

Em abril passado, o homem mais rico do mundo, Bill Gates, assinou um raro texto de opinião no jornal oficial do maior partido comunista do mundo, exortando os milionários chineses a dedicarem parte da sua fortuna ao combate à pobreza.

“A China tem muitos empresários bem-sucedidos. Tenho esperança que mais pessoas com visão ponham o seu talento ao serviço da melhoria da vida dos pobres na China e pelo mundo fora, e procurem soluções para os problemas deles”, escreveu o fundador da Microsoft num artigo publicado pelo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês (PCC).

O combate à pobreza “requer a participação de toda a comunidade”, acrescentou Bill Gates, que, pelas contas da Forbes, encabeça a lista dos mais ricos do mundo com uma fortuna estimada em 76 mil milhões de dólares (54,8 mil milhões de euros).

Na mesma altura, um dos mais ricos empresários chineses, o fundador do grupo Alibaba, Jack Ma, anunciou a criação de um fundo de 3 mil milhões de dólares (2,16 mil milhões de euros) para uma organização humanitária centrada na educação e defesa do ambiente. No entanto, segundo o jornal China Daily, “a filantropia, na China, ainda não arrancou“.

Alguns chineses ricos receiam que a concessão de grandes donativos “possa atrair uma indesejada atenção sobre as suas fortunas“, comentou o jornal, a propósito do artigo de Bill Gates no Diário do Povo.

Em 2012, mais de um milhão de chineses tinham uma fortuna superior a 10 milhões de yuan (cerca de 1,2 milhões de euros) e pelas contas da Forbes, no ano seguinte, os cem mais ricos do grupo possuíam, no conjunto, 316,45 mil milhões de dólares (228,2 mil milhões de euros).

No extremo oposto, no final de 2013, cerca de 82,5 milhões de chineses (6% da população) viviam abaixo da linha de pobreza, com menos de 2.300 yuans (300 euros) por ano.

/Lusa

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