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Milhares de pessoas concentradas no Marquês em defesa da escola pública

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Inácio Rosa

Participantes da marcha pela defesa da escola pública, em Lisboa, convocada por um movimento em defesa da escola pública

Participantes da marcha pela defesa da escola pública, em Lisboa, convocada por um movimento em defesa da escola pública

Milhares de pessoas concentraram-se este sábado na praça Marquês de Pombal, em Lisboa, para defender uma escola pública de qualidade, preparando-se para desfilar pela avenida da Liberdade.

Algumas das personalidades que subscreveram a petição em defesa da escola pública que foi entregue na Assembleia da República subiram ao palco montado no local e fizeram intervenções sobre os motivos que os trouxeram à rua.

Entre os oradores constam a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, e a antiga secretária de Estado da Edução Ana Benavente.

Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista Português (PCP) estão representados na concentração pelas suas principais figuras: a porta-voz do Bloco, Catarina Martins, e o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, lideram as delegações de ambos os partidos.

O PS, por seu turno, está representado pelo coordenador do partido na comissão parlamentar de Educação, Porfírio Silva, e há mais parlamentares socialistas no encontro, e também Heloísa Apolónia, deputada do partido ecologista “Os Verdes”, está presente na marcha.

Na intervenção inicial, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, salientou que esta iniciativa “não é uma marcha contra ninguém, nem contra os colégios privados, é uma iniciativa pela defesa da escola pública, que tem sido maltratada”.

Mário Nogueira disse que o ensino público tem sofrido um desinvestimento nos últimos anos, sobretudo nos quatro anos de Governo PSD/CDS-PP.

Os manifestantes empunham cartazes que dão colorido à praça e reforçam o apelo à defesa da escola pública.

“Educação pública de todos e para todos” e “Estado laico não paga dízimas” são algumas das mensagens expressas pelos defensores da escola pública, que vão marchar até ao Rossio.

A concentração é também marcada pelo colorido das bandeiras dos sindicatos de professores e da CGTP, contrapondo-se ao movimento amarelo em defesa das escolas privadas com contratos de associação.

Veem-se também cartazes de associações de pais, como a do Bombarral, e de escola secundária, como o liceu Camões.

A marcha conta ainda com a participação de pessoas que não integram a comunidade educativa mas concordam com os seus objetivos.

É o caso de Manuel Coelho, 61 anos, que não integra nenhum sindicato, mas quis participar na marcha porque considera que o dinheiro dos seus impostos deve ser canalizado para a escola pública.

“Estou aqui por uma melhor escola pública e quem quiser privado tem que pagar, não compete ao Estado”, afirmou à agência Lusa.

A marcha foi promovida principalmente pela Fenprof, convocada no final de maio, numa altura em que os colégios privados, com contrato de associação, se desdobravam em ações diárias para contestar a anunciada redução do número de turmas financiadas pelo Estado em estabelecimentos particulares, a partir do próximo ano letivo.

A petição em defesa da escola pública, que a Fenprof entregou na Assembleia da República, e que teve entre os primeiros subscritores nomes como os músicos Sérgio Godinho, Fausto e Pedro Abrunhosa, o poeta Manuel Alegre, a autarca Helena Roseta, a historiadora Raquel Varela ou o catedrático Santana Castilho, reuniu mais de 71 mil assinaturas.

/Lusa

2 Comments

  1. Muito bem!
    Apoio a 100%!
    E estes não foram pressionados pelos abutres dos colégios para lá estarem…
    Nem manipularam as crianças/pais a participar e escrever cartas manhosas!…

  2. Pois é estas crianças aqui já participaram de livre vontade e até nem teriam ido de autocarro pago pela CGTP como muitas vezes acontece em manifestações organizadas por esta central comunista. Pena é que não exijam ensino de qualidade nas escolas públicas coisa que se tem vindo a perder com as intromissões dos sindicatos e partidos que os sustentam, é que o ensino é um direito nacional sem cor partidária embora certos partidos o tentem partidarizar, por enquanto ainda não estamos em Angola ou coisa parecida!.

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