Covid-19 pôs mais de um milhão de portugueses em teletrabalho no 2.º trimestre

Um milhão de pessoas esteve em teletrabalho no segundo trimestre, sobretudo devido à covid-19, o equivalente a 23,1% da população empregada, enquanto mais de 600 mil não trabalharam nem no emprego nem em casa.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre abril e junho, “a população empregada que indicou ter exercido a sua profissão sempre ou quase sempre em casa na semana de referência ou nas três semanas anteriores foi estimada em 1.094,4 mil pessoas”, o equivalente a menos de um quarto da população empregada (23,1%).

Do mais de um milhão de trabalhadores em teletrabalho, 998,5 mil pessoas (91,2% em termos relativos) deram como razão principal para terem trabalhado a partir de casa a pandemia de covid-19.

Já comparando as horas trabalhadas, diz o INE que “não há grande diferença entre trabalhar em casa ou fora de casa”, uma vez que quem trabalhou em casa trabalhou, em média, 35 horas semanais, enquanto quem trabalhou fora de casa trabalhou, em média, 36 horas.

643,8 mil pessoas empregadas não trabalharam nem no emprego principal, nem em casa ou em outro local durante o período de referência, das quais 76,3% (491,5 mil) devido à covid-19.

Destas pessoas ausentes do emprego, a percentagem foi mais elevada nas regiões do Algarve (85,4%), da Madeira (81,8%) e região Centro (80,6%) e a proporção foi também maior entre os que completaram o Ensino Secundário ou pós-Secundário não superior (83,0%) e trabalham por conta própria (91,3%).

A proporção foi também mais elevada nos trabalhadores das atividades de alojamento, restauração e similares (92,0%), dentro do setor dos serviços. Também é elevada a proporção de trabalhadores ausentes do emprego principal entre os dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (81,7%).

Em relação aos trabalhadores em regime de teletrabalho, a Área Metropolitana de Lisboa foi a região em que se observou uma maior proporção de empregados que trabalharam sempre ou quase sempre em casa (36,0%).

As pessoas que mais trabalharam a partir de casa foram mais mulheres (25,2%) do que homens (21,1%), mais pessoas com Ensino Superior (53,8%) e mais os trabalhadores por conta de outrem (23,4%) do que os trabalhadores por conta própria (22,0%).

Mais de um quarto dos trabalhadores no setor dos serviços que trabalharam em casa trabalham na Educação (27,5%), apesar desta atividade ser apenas a terceira com mais população empregada no setor terciário (12,5%), segundo o INE.

A profissão dos especialistas das atividades intelectuais e científicas, que representa 21,6% dos empregados no segundo trimestre, foi “claramente aquela em que mais trabalhadores exerceram a sua profissão em sempre ou quase sempre em casa (56,7%)”, lê-se na informação estatística hoje divulgada.

Da população que trabalhou desde casa, 1,038 milhões de pessoas utilizaram tecnologias de informação e comunicação, o equivalente a 94,8% das que trabalharam em casa no período de referência.

Os resultados hoje divulgados fazem parte do módulo sobre ‘Trabalho a partir de casa’ do Inquérito ao Emprego. A população-alvo deste módulo é composta pela população empregada, estimada em 4,731 milhões de pessoas, segundo o INE.

// Lusa

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