Um microscópio que Charles Darwin ofereceu ao filho Leonard – e que esteve nas mãos da sua família ao longo de quase 200 anos – vai ser leiloado em dezembro e poderá valer cerca de 415 mil euros.
O instrumento foi projetado por Charles Gould para a empresa Cary por volta de 1825 e é um dos seis microscópios sobreviventes associados ao naturalista britânico, de acordo com a casa de leilões Christie’s.
Segundo a Reuters, a data da sua criação coincide com a época em que Darwin estudava zoófitos – organismos como corais e anémonas do mar.
“É incrivelmente arrepiante olhar através disto e ver o mundo microscópico que Darwin terá visto nas décadas de 1820 e 30″, referiu à Reuters James Hyslop, diretor do Departamento de Instrumentos Científicos, Globos e História Natural da Christie’s.
“Mais tarde na sua vida, em 1858, há uma carta maravilhosa que ele escreve ao seu filho mais velho que diz que o jovem Lenny estava a dissecar no seu microscópio e ele disse ‘Oh papá, eu devia estar tão contente com isto a minha vida toda’. É maravilhoso ter aquela ligação familiar de Charles Darwin pouco antes de ele se tornar internacionalmente famoso”, refere Hyslop.
Darwin publicou a sua obra pioneira “A Origem das Espécies”, em 1859, eleito, em 2015, o livro académico mais influente de sempre.
“Charles Darwin é um dos maiores nomes da história da ciência, e os colecionadores de Darwiniana são muitos”, destaca Hyslop.
O microscópio será proposto no leilão da Christie’s Valuable Books & Manuscripts, no dia 15 de dezembro, e tem um preço estimado entre as 250 mil e as 350 mil libras (entre 296 a 415 mil euros).