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Sistema de carregamento bidirecional de veículos elétricos (V2G system)
Universidade de Coimbra tem microrrede elétrica que substitui os geradores de emergência diesel durante períodos máximos, até 72h.
Na segunda-feira, a grande maioria das pessoas que vivem em Portugal e em Espanha ficou sem luz. Foi o maior apagão na Europa de que há memória.
Mas houve alguns “sobreviventes”: hospitais, hipermercados ou alguns meios de comunicação social, por exemplo. Os geradores iam “aguentando” a energia durante aquelas horas.
Também a Universidade de Coimbra foi uma resistente: continuou com luz – mas não foi graças a um gerador.
Foi graças a uma microrrede.
O Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) tem uma microrrede elétrica resiliente.
Foi desenvolvida no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) da FCTUC.
Alexandre Matias Correia, estudante do mestrado em Engenharia Eletrotécnica ISR/FCTUC, explica como funciona: “As microrredes são uma tecnologia que permite ter um sistema elétrico independente da rede elétrica inserido numa área geográfica específica e definida, como, por exemplo, um edifício, bairro ou localidade pequena”.
“São usadas para fornecer eletricidade em zonas remotas onde a infraestrutura é fraca ou inexistente, para otimizar eficiência energética, custos e integração de energia renovável e, em casos extremos, garantir o fornecimento de energia elétrica aos clientes por si abrangidos quando tudo o resto falha”, analisa, em comunicado enviado ao ZAP.
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Esse sistema serve grandes edifícios ou comunidades de energia, que pode garantir o fornecimento elétrico a cargas críticas durante situações extremas ou catastróficas, em que ocorra falha da rede elétrica pública (como no dia do apagão).
Ou seja, a segunda-feira passada, dia 28 de abril, foi um dia de teste real: e o sistema foi aprovado.
A microrrede conseguiu fornecer eletricidade às cargas críticas do edifício e funcionar de forma autónoma da rede pública.
O sistema foca-se na resiliência e está concebido precisamente para fornecer eletricidade a cargas críticas (substituindo os geradores de emergência diesel) durante períodos prolongados de tempo (até 72h).
Tem um sistema fotovoltaico dedicado, dois sistemas de baterias, equipamento de potência especializado para gestão e sincronização de rede e carregamento bidirecional para veículos elétricos.
O sistema fotovoltaico permite “alimentar a rede elétrica local através da energia armazenada em veículos elétricos o que possibilita aumentar ainda mais a duração do fornecimento de energia elétrica, assim como disponibilizar potência em locais onde a infraestrutura é inexistente ou foi danificada”, continua Alexandre Matias.
A microrrede tem ainda uma capacidade regenerativa: usa os painéis fotovoltaicos e um sistema de gestão de cargas para recarregar baterias durante o dia, prolongando ainda mais o fornecimento às cargas críticas.
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Sistema de baterias