Micróbios do solo regressam após a replantação de culturas locais

A restauração a longo prazo dos ecossistemas depende não só da replantação de vegetação nativa mas também da recuperação da biodiversidade do solo subjacente.

A recuperação da biodiversidade do solo subjacente é uma área que tem recebido pouca atenção e não é bem compreendida, sublinham os investigadores da Universidade de Flinders, segundo a Phys Org.

Um novo estudo, publicado a 3 de junho na Biological Conversation, apela a melhores perceções e soluções para preencher esta lacuna.

O objetivo é ajudar a melhorar os esforços de restauração que são tão vitais para reconstruir ecossistemas e devolver a biodiversidade à terra danificada pela limpeza da terra, mineração, urbanização e outros impactos.

“Apelamos a que os ecologistas da restauração incluam micróbios nos seus estudos e informem os proprietários de terras e os decisores políticos para que mapeiem com maior precisão as respostas dos ecossistemas aos esforços de replantação”, insiste Martin Breed, o investigador da Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade de Flinders.

“Este é um campo complexo, uma vez que os micróbios do solo são extremamente diversos, mas compreender esta vida subterrânea microscópica é cada vez mais importante e é vital para melhorar as funções ecológicas, tais como o ciclo de nutrientes que apoia o crescimento das plantas e a recuperação mais abragente do ecossistema”, acrescenta ainda.

O estudo sintetizou análises globais que observaram mudanças nos micróbios do solo, após a replantação de plantas nativas.

As 26 análises compiladas mostraram uma recuperação mais rápida nas bactérias do solo do que nos fungos, o que é consistente com os tempos de geração mais curtos das bactérias e uma melhor capacidade de dispersão.

“Vastas áreas dos ecossistemas da Terra estão degradadas, o que está a provocar perdas de biodiversidade em cascata, aumentando as taxas de extinção e até os riscos de doença para nós”, revela Carl Watson, autor principal do estudo e candidato ao doutoramento em ecologia da restauração na Universidade de Flinders.

“Devemos incluir nestes importantes esforços de replantação a necessidade de recuperação e monitorização dos ecossistemas subterrâneos para compreender a forma como as comunidades microbianas do solo regressam após a replantação, ajudando a reconstruir habitats críticos”, conclui Watson.

ZAP //

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